Agricultores aprendem sobre produção orgânica de hortaliças

15-06agriManaus – A Embrapa Amazônia Ocidental realizou, nesta terça-feira (10/06/2014), a palestra Cultivo consorciado de hortaliças folhosas sob manejo orgânico. A apresentação, ministrada pela pesquisadora Marinice Cardoso, foi direcionada a cerca de 20 agricultores orgânicos e estudantes da zona rural (filhos de agricultores), que visitaram a Unidade de Observação (UO) sobre consorciação de hortaliças de folhas, localizada no Campo Experimental do Caldeirão, no município de Iranduba (AM), local do evento.

Conforme a pesquisadora, a UO vem sendo conduzida em condições de cultivo protegido na terra firme, com adoção de manejo orgânico e ênfase no uso de biofertilizantes. A couve-de-folhas, a alface, o coentro e a cebolinha são as espécies componentes do consórcio. Segundo Marinice, estas hortaliças são muito cultivadas pelos agricultores familiares e têm elevado consumo pela população amazonense.

A palestra sobre cultivo consorciado de hortaliças teve duas partes: a primeira aconteceu no Centro de Treinamento do Campo Experimental do Caldeirão e a segunda no próprio local da UO instalada. Durante a palestra, a pesquisadora enfatizou que essas espécies oferecem alternativa para um desenho de consorciação de grande valor para os agricultores familiares, por se buscar melhor aproveitamento dos insumos e da mão de obra, geralmente da própria família, em capinas e outros tratos culturais.

Em relação à alface, duas cultivares participam do desenho de consorciação: a Regina, que é lisa, e a Solaris, crespa – ambas com tolerância ao pendoamento precoce (florescimento precoce em condições de temperaturas elevadas), característica importante, já que o pendoamento precoce compromete o desempenho da cultura. “Embora exista preferência por alfaces crespas, existe parcela da população que recebe bem a alface lisa, e esse tipo de alface poderá ser um diferencial em termos de alface orgânica, além da cultivar Regina ser muito precoce”, destacou a pesquisadora.

Além do consórcio, os estudos visam avaliar o desempenho das cultivares de couve-de-folhas, alface, coentro e cebolinha submetidas ao manejo orgânico, que é bastante diferente do cultivo convencional. Segundo a pesquisadora, unidades de produção agrícola familiar podem explorar melhores nichos de mercado baseados na oferta de produtos “mais naturais, saudáveis e ecologicamente corretos”, desde que sejam capazes de garantir, via normas e procedimentos pré-estabelecidos, que a produção mantenha os atributos de qualidade vendidos ao consumidor.

Toda a temática abordada na palestra constituiu atividade do projeto Biofertilização em cultivo solteiro e consorciado de hortaliças sob manejo orgânico em condições de terra firme no Estado do Amazonas. O projeto, liderado pela pesquisadora Marinice Cardoso, é desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da colaboração de professores/pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA/Ufam) e do Programa de Pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com envolvimento de estudantes nas pesquisas.

Ao final da palestra, a pesquisadora fez agradecimento especial ao técnico Orlando Ferreira e aos assistentes Luiz Vieira e Daniel Alves, pela dedicação na condução das atividades de campo, assim como ao supervisor do Campo Experimental do Caldeirão, Antônio Fernando Silva, pelo apoio para execução das atividades do projeto e organização do evento, e à analista Maria da Conceição Campelo, do Laboratório de Solos e Plantas, pelas análises dos biofertilizantes.

Outras espécies

Outras espécies que vêm sendo estudadas pela equipe de pesquisadores da área de olericultura da Embrapa Amazônia Ocidental, como parte do projeto, são feijão-de-metro, feijão-vagem e quiabo, pela pesquisadora Cristiaini Kano; pepino, pelo pesquisador Isaac Cohen; pimentão, pelo pesquisador Rodrigo Berni; além de validação participativa voluntária do uso de biofertilizante, pela pesquisadora Joanne Régis da Costa. Adicionalmente, estudos sobre o controle biológico da traça-das-crucíferas com Polybia sp vêm sendo conduzidos por Cristiane Krug e Flávia Batista, pesquisadora e analista, respectivamente, do Laboratório de Entomologia.

Por: Felipe Rosa – Embrapa

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