Acre apresenta reconstituição do maior fóssil de jabuti descoberto

fóssil de jabuti gigante, no Acre, sendo estudado
fóssil de jabuti gigante, no Acre, sendo estudado
fóssil de jabuti gigante, no Acre, sendo estudado

Rio Branco, ACUma reconstituição genuinamente acreana do provável maior jabuti do mundo é o principal trabalho exposto pelo laboratório de paleontologia da Universidade Federal do acre (Ufac), na cidade de Rio Branco.

A apresentação do Jabuti ocorre em comemoração aos 30 anos de pesquisa do laboratório no Estado que catalogou cerca de 5 mil fósseis – a maioria encontrada encontrada no rio Acre. O Animal tem 8 milhões de anos e é parente das tartarugas gigantes da Ilha de Galápagos. Fóssil está na Universidade Federal do Acre.

De acordo com o paleontólogo Jonas Filho, o fóssil do jabuti foi descoberto em 1995, mas apenas em 2011 começou a restauração. “Encontramos esta peça no rio Acre, na fronteira entre Brasil e Peru. Pelos estudos, comprovamos que ele é do gênero Chelonoidis, de espécie ainda não definida”, acrescentou.

Os especialistas usaram isopor para reconstituição completamente o animal. “A cabeça, por exemplo, é feita de isopor e é articulada. Isso dá uma ideia ao visitante do tamanho dele, de aproximadamente 1,5 metro”, complementou Filho.

Oito milhões de anos

O paleontólogo explicou que a espécie não era restrita ao Acre. Alguns exemplares teriam vivido onde hoje é Bolívia e Peru, há 8 milhões de anos. “À época, não existiam as restrições geográficas, mas hoje ele é, seguramente, o maior exposto em todo mundo”, garantiu.

O grupo de paleontologia preocupou-se, ainda, em estabelecer os hábitos do animal. Segundo Filho, o jabuti é, provavelmente, o ancestral das famosas tartarugas gigantes da Ilha de Galápagos, situada no Oceano Pacífico, próximo ao Equador.

O animal tinha alimentação diversificada. “Acreditamos que ele comia lagartos, serpentes, animais mortos e frutas”, explicou Filho, dizendo acreditar que o motivo da extinção da espécie foram mudanças climáticas. “Provavelmente houve uma mudança climática, que resultou na seca dos lagos onde eles viviam. Esses bichos se extinguiram porque necessitavam de água e muita comida”.

Durante a entrevista, o paleontólogo da Ufac aproveitou para responder a uma pergunta antiga do cientista Charles Darwin, durante sua visita à Ilha de Galápagos. “Ele [Darwin] queria entender de onde aqueles bichos vieram. Hoje, respondemos a ele: Eles vieram da região do Acre; do Peru. Ele (o jabuti) é um amazônida”, respondeu, em tom de brincadeira.

No dia 13 de maio, o laboratório de paleontologia da Ufac completa 30 anos. Segundo Filho, as pesquisas relacionadas à área já remontam de séculos anteriores. “Desde o século XIX foram encontrados fósseis aqui no Acre, mas foram para outras instituições, outros países. Mas, hoje, temos um grupo de quatro pessoas que trabalham exclusivamente nessa área”, comentou.

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