
Brasil – Praticamente todos os 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht, que negociaram a delação, já assinaram os documentos. Os acordos devem atingir até 200 políticos de vários partidos.
Quase todos os executivos e ex-executivos da Odebrecht já assinaram os acordos de delação e deverão ter as penas reduzidas. Sete foram condenados a cumprir parte da pena em regime fechado, sendo que seis deles já passaram por essa etapa por que ficaram presos ao longo da operação.
O outro é Marcelo Odebrecht, condenado inicialmente a 19 anos. Mas se o acordo dele for homologado, Marcelo cumprirá um total de dez anos. Dois anos e meio no regime fechado, dos quais ele já cumpriu um ano e meio. Ou seja, daqui a um ano ele passará para prisão domiciliar, que deve durar mais dois anos e meio. Depois, passa para semiaberto por mais dois anos e meio, e finalmente dois anos e meio no regime aberto.
Marcelo Odebrecht pegou a maior pena, os outros principais executivos cumprirão entre sete e nove anos no total.
Nesta sexta-feira (2), o Congresso amanheceu vazio. Nenhum deputado ou senador para comentou o acordo de delação premiada da Odebrecht, que pode atingir até 200 políticos, de vários partidos.
Setenta e sete executivos devem assinar acordos de delação. A Odebrecht terá de pagar, em multa e indenização, R$ 6,8 bilhões, em até 20 anos. Entre os delatores estão os donos da empresa: Marcelo Odebrecht, preso de desde junho do ano passado e o pai dele, Emílio Odebrecht.
Em março deste ano, Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele é considerado o mandante de pagamentos de US$ 35 milhões e quase R$ 110 milhões em propina a funcionários da Petrobras.
Marcelo chegou a afirmar que, por uma questão de princípios, não faria delação premiada. Só mudou de ideia depois que a Polícia Federal descobriu que a Odebrecht tinha um departamento só para administrar os pagamentos de propinas.
Nos depoimentos, os executivos vão contar como funcionava o esquema de corrupção dentro da empresa, como eram feitos, por exemplo, os pagamentos de propina. Com isso, eles podem ter as penas reduzidas.
A Odebrecht também fechou um acordo de leniência, uma delação premiada para empresas. Se o acordo de leniência for homologado, vai permitir que a construtora volte a participar de licitações de obras públicas.
Em um comunicado enviado à TV Globo e publicado nesta sexta-feira (2) em nos jornais, a Odebrecht pediu desculpas e assumiu que errou.
A empresa reconheceu que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial e que não importa se cedeu a pressões externas, tampouco se há vícios que precisam ser combatidos e corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público.
A Odebrecht assumiu que houve um grande erro e afirmou que não admitirá que ele se repita. Disse que aprendeu várias lições com esses erros e que está comprometida a virar essa página.
Termina dizendo que tem um compromisso já em vigor, que inclui entre vários itens: combater e não tolerar a corrupção, em todas as formas, inclusive extorsão e suborno. E em dizer não à oportunidades de negócio que conflitem com esse compromisso.
Depois da fase da delação no Ministério Público, todos os depoimentos e documentos entregues pelos executivos serão encaminhados para o ministro Teori Zavaski, relator do processo da Lava Jato no STF.
ministro vai avaliar se está tudo dentro da legalidade e decidir se homologa ou não os acordos de delação. Depois disso, as informações poderão ser usadas na investigação.
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