Manaus – Essa, foi uma das promessas de campanha do prefeito eleito Artur Neto. Vale lembrar, que na primeira vez que assumiu o posto onde será empossado no dia 1º de Janeiro, Artur conseguiu retirar os “camelôs” do centro e dar uma visão mais bonita, digna e humana ao Centro Histórico de Manaus e a população torce para que o fato se repita, realocando os “camelôs” em shoppings populares, acabando com essa “favela” na porta de entrada de Manaus, para quem chega de navio a nossa cidade.
Além da falta de água nos bairros periféricos da cidade, da melhor ordenação no transporte coletivo, saneamento e outros pontos vitais para a capital, o prefeito Artur Neto (PSDB) que reassume o posto após mais de vinte anos, terá sem nenhuma dúvida outro grande desafio, o que ele iniciou a resolver n o primeiro mandato, mas que não teve prosseguimento com os seus sucessos. Trata-se da revitalização do chamado centro histórico de Manaus, hoje transformado numa grande favela pelos “camelôs” que estão ali para recepcionar os turistas que chegam pelo porto a Manaus.
Alias a limpeza feita por Artur quando prefeito, deixando o centro da cidade limpa dos “camelôs”, fato que agradou em cheio a população, foi um dos “carros-chefes” da candidata Vanessa Grazziotin (PCdoB), o que certamente contribuiu com a sua fragorosa derrota nas urnas, considerando que a população de Manaus não aprova esse centro histórico favelado, o que representa uma fotografia negativa da cidade para os visitantes.
REVITALIZAÇÃO
A reportagem teve o cuidado de fazer uma ligeira pesquisa sobre o fato e percorrendo a “favela”, conversamos com o povo e a população é literalmente contra o desordenamento do centro de Manaus, a favor da sua total revitalização, a exemplo de alguns anos atrás.
“ Isto aqui – referindo-se aos camelôs” – é uma vergonha há para Manaus, além de ser uma imundice, com fortes odores e ainda pontilhada de marginais que se misturam aos ambulantes que realmente trabalham” – disse a professora Rosali Medeiros (41), residente no bairro de Educandos, que sonha em ver o centro histórico revitalizado, para que os turistas possam levar uma imagem bonita da cidade. “Espero que o prefeito eleito Artur Neto, dê a Manaus esse presente” – disse esperançosa.
Aliado ao problema dos “camelôs” que tomam conta das calçadas e terminais de coletivos e paradas, o trânsito na área central também é infernal e os manauras sentem uma grande tristeza quando se deslocam ao chamado centro histórico e se deparam com esse desordenamento absoluto,” até parece uma cidade abandonada” – reclama o aposentado Manoel da Rosa Ponto, (71) que diz se sentir triste todas as vezes que precisa se deslocar da Cidade Nova onde mora para o centro.
Para muitos populares que passavam pelo centro e mantiveram contatos com a reportagem, sessenta ou setenta por centos dos ambulantes que atuam na área, são trabalhadores e que vivem com dignidade, mas os demais são marginais travestidos de trabalhadores para a comercialização de drogas e praticarem pequenos assaltos, fatos que revoltam os manauaras e que desejam ardentemente a revitalização do centro histórico, com locais dignos para que esses trabalhadores possam continuar a trabalhar e a sustentar com dignidade suas famílias.
A reportagem também procurou ouvir alguns camelôs e o sentimento de um modo geral é que tenham a situação melhorada pelo prefeito eleito Artur Neto, garantindo que não estão satisfeitos com a forma instável que enfrentam para trabalhar e sustentar as famílias. “Gostaríamos de ter um local adequado para trabalhar, com cobertura, banheiros, restaurante etc, vamos esperar que o prefeito que vai entrar em janeiro consiga solucionar esse problema, limpe o centro de Manaus e nos ofereça um local para trabalharmos com dignidade.
“Também queremos ver o centro da nossa cidade bonito e organizado” – disse o “ambulante” Manoel Fernandes.
SHOPPING BATE-PALMAS
Mas não são apenas os “camelôs” os culpados pela sujeira do centro de Manaus e nesse ponto, muitos comerciantes legalmente estabelecidos, também fazem parte dessa turma que mostra a entrada de uma Manaus muito feira para os visitantes.
O fato, é quem costuma passar ali pelas tradicionais pelo tradicional Largo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e caminhar pelas ruas comerciais do centro, como Marechal Deodoro, Quintino Bocaíuva, Guilherme Moreira, Theodoreto Souto, Guilherme Moreira, Eduardo Ribeiro, Henrique Martins, Avenida Epaminondas, José Paranaguá e outras, onde funcionam os tradicionais “shopping bate-palmas” nas ruas próximas ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, ainda em restauração e certamente um dos pontos turísticos da cidade, os pedestres não podem caminhar pelas calçadas porque estão tomadas pelas bancas das próprias lojas e no meio das ruas estão as bancas dos ambulantes.
No processo de revitalização do centro que o prefeito Artur Neto deverá atuar logo a partir do início da sua segunda administração como prefeito da mais importante capital da Amazônia brasileira, os comerciantes terão que se ade4uaquuar e colaborar com a Prefeitura para que o centro da cidade seja revitalizado e porque não dizer, civilizado.
LEGISLAÇÃO ATRAPALHA
A bem da verdade, após a investida de Artur Neto para organizar o centro da cidade no seu primeiro mandato, outros até tentaram melhorar a situação do transporte público, da desobstrução das calçadas, da retirada dos camelôs etc, mas foram impedidos pela legislação e as medidas não conseguiram sair do papel porque se trata de uma área protegida pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e para que alguma coisa seja feita na área, precisam de várias ações que não coloque em choque a história da cidade.
O prefeito Amazonino Mendes até tentou agir com determinação no centro de Manaus, mas foi impedido pela Legislação. Ele tentou construir nos armazéns 20 e 21 do Porto de Manaus, em 2010, uma espécie de “camelódromo”, mas o projeto não caminhou porque foi suspenso por determinação da Justiça Federal, considerando que o Porto é tombado pelo Patrimônio Histórico.
Alias, o Porto de Manaus foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional em 14 de outubro de 1987 e integra o Sítio Histórico da cidade de Manaus, fato que a época revoltou o prefeito Amazonino Mendes que chegou a afirmar na oportunidade “que questões políticas impediram a construção do camelódromo”.
Amazonino tentou fazer outra investida para transferir os “ambulantes” para a Praça Tenreiro Aranha, mas essa intenção também foi barrada pela Justiça, pelos mesmos motivos.
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, as obras foram barradas po4rque provocariam intervenções em ruas e praças e feriam a legislação, isto porque o centro é tombado e dessa forma, não se pode modificar as diretrizes e foi com base nesses fatos que alguns projetos foram barrados.
LOJISTAS APOIAM
Com o comércio do tradicional centro de Manaus perdendo mercado para os centros comerciais que surgem nos bairros das diversas zonas da capital e pelos shoppings centers que também se espalham pela cidade, os comerciantes são favoráveis à construção de um “camelódromo” no centro, o que no entendimento da maioria, servirá também para revitalizar o movimento do comércio tradicional na área.
Os lojistas entendem que a construção de um shopping popular no centro, o deslocamento de público melhorará em função da liberação das praças e calçadas e certamente o trânsito também sofrerá melhorias e com isso, o movimento certamente aumentará no centro e o comércio poderá melhorar o faturamento e os camelôs, também poderão atuar com tranquilidade em seus boxes.
COMPROMISSO DE CAMPANHA
A recuperação do Centro Histórico de Manaus e a organização dos vendedores ambulantes que atuam na área, os chamados “camelôs” que hoje dão uma ideia distorcida para quem chega à cidade pelo porto, com muita sujeira e desorganização, uma espécie de favela, foi uma das promessas de campanha do prefeito eleito Artur Neto e do seu vice Hissa Abrahão.
Segundo o prefeito eleito, “nenhuma cidade do mundo merece ter um Centro Histórico abandonado. É dever do Poder Público restaurar e revitalizar uma área tão importante para a história de sua gente. Tenho conversado bastante com vendedores que estão no Centro e, se caso sejamos eleitos, vamos priorizar esse trabalho”.
Uma das propostas apresentadas por Arthur e Hissa para a organização e dar dignidade aos “camelôs” do Centro é a utilização de prédios com construção contemporânea que estão abandonados para a alocação de vendedores ambulantes.
Já os edifícios históricos serão restaurados para a visita de turistas. “Minha ideia é transformar o Centro Histórico da cidade em um grande ponto turístico de Manaus, mas sem mexer nos vendedores que trabalham no local, fazendo apenas a organização do comércio. Para isso buscaremos parcerias onde for necessário”, afirmou durante a sua campanha eleitoral o prefeito eleito Artur Neto.