BRUXELAS – Dois irmãos realizaram os ataques a bomba no aeroporto de Bruxelas e no metrô da capital belga na terça-feira, confirmou a procuradoria federal nesta quarta-feira, acrescentando que o autor do ataque do aeroporto, Ibrahim El Bakraoui, deixou um testamento em um computador encontrado pelos investigadores.
Seu irmão Khalid se explodiu em um trem na estação de metrô Maelbeek, em Bruxelas, disse o procurador federal Frederic Van Leeuw durante entrevista coletiva. Outros dois homens flagrados em circuito interno de TV do aeroporto com Ibrahim ainda não foram identificados, disse.
O atentado
O mais novo atentado do grupo jihadista Estado Islâmico na Europa matou pelo menos 30 pessoas e feriu outras 230 na terça-feira de manhã em Bruxelas. Às 8h (4h em Brasília), dois homens se explodiram no aeroporto de Zaventem, nos arredores da capital. Uma hora depois, outro homem-bomba se detonou em um vagão de metrô na estação Maelbeek, região central de Bruxelas.
Os ataques ocorreram quatro dias após a prisão de Salah Abdeslam, um dos mentores dos atentados de 13 de novembro de 2015, em Paris. Ele estava escondido em um imóvel no bairro muçulmano de Molenbeek Saint-Jean, conhecido reduto de jihadistas em Bruxelas. Sua prisão aconteceu quatro meses após os atentados na capital francesa.
A Bélgica é apontada como um reduto relativamente seguro para extremistas desde o ataque terrorista que deixou 14 mortos na sede do jornal francês “Charlie Hebdo”, em janeiro de 2015. Segundo analistas, a localização geográfica (a cerca de três horas da França), os furos na segurança (ler análise ao lado) e a segregação social (desemprego é maior em bairros muçulmanos) estão entre os fatores que fazem do país uma incubadora de terroristas. Outro ponto: é mais fácil e barato comprar armas ilegalmente na Bélgica.
O desafio, afirmam especialistas, é de toda a Europa, mas ele precisa começar a ser enfrentado ali mesmo, no ninho, a Bélgica.
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