Sem jogos, Arena Amazônia completa um ano em operação com prejuízo mínimo de R$ 4,1 mi

Sem calendários de jogos, em um anos a Arena da Amazônia gera prejuízos milionário ao Estado
Sem calendários de jogos, em um anos a Arena da Amazônia gera prejuízos milionário ao Estado
Sem calendários de jogos, em um anos a Arena da Amazônia gera prejuízos milionário ao Estado

Amazonas – A Arena Amazônia, estádio erguido pelo Governo do Estado do Amazonas por cerca de R$ 750 milhões e com capacidade para 42.300 pessoas, completou um ano de operação na última segunda-feira (9) acumulando um prejuízo minimo de R$ 4,1 milhões.

Este é o resultado a que se chega ao computar o quanto o Estado gasta com o custo mensal de manutenção da arena, avaliado em R$ 500 mil por mês, com o valor arrecadado até agora pelo governo estadual com os 15 eventos realizados na praça esportiva de março do ano passado para cá (com exceção dos quatro jogos da Copa do Mundo de 2014, em que o lucro foi revertido à Fifa, ficando ao Estado apenas os custos de implantação das chamadas “intalações provisórias”).

De acordo com dados fornecidos pela administradora da arena, a FVO (Fundação Vila Olímpica), o Estado arrecadou R$ 1,9 milhão com os eventos realizados na arena até agora. Já o custo de manutenção foi, no mínimo, de R$ 6 milhões, perfazendo um saldo negativo de R$ 4,1 milhões. O custo mensal de R$ 500 mil era o calculado pela extinta UGP (Unidade Gestora do Projeto Copa, do governo amazonense). Atualmente, o governo apenas informa que a manutenção da arena, de dois campos menores e um ginásio sai por R$ 700 mil por mês, o que significa que o prejuízo com a Arena Amazônia pode ser ainda maior.

Tragédia anunciada  

Desde a inauguração da Arena Amazônia, ficou claro que o principal propósito do estádio – receber jogos de futebol – não seria capaz de tornar sua operação economicamente viável.

Em 2014, a praça esportiva recebeu somente quatro jogos após a última partida da Copa do Mundo disputada em Manaus, entre Suíça e Honduras, no dia 26 de junho. Assim, o equipamento fechou o período de 2014 pós-Copa com uma média de 0,7 jogo por mês, a pior média entre as 12 arenas construídas ou reformadas para receber os jogos do Mundial.

De acordo com a fundação estadual responsável pela administração do estádio, o valor arrecadado nas bilheterias do estádio de julho a dezembro, com as quatro partidas realizadas, foi de R$ 8.237.835.

Por força de uma lei estadual, 10% da renda bruta dos jogos realizados na Arena Amazônia deve ficar nos cofres amazonenses. Isso significa que, em seis meses, o Estado do Amazonas recebeu R$ 823 mil em virtude dos jogos realizados na nova arena, ou uma média de R$ 137,3 mil por mês. O valor representa 27,45% do custo de manutenção mensal da Arena Amazônia

Em 2015, o quadro apenas se deteriorou. Os clubes amazonenses não demonstraram interesse em jogar no estádio, já que o público e a renda não justificam o investimento no aluguel do equipamento. Em uma tentativa de baratear as operações, o governo estadual chegou a cancelar a contratação de equipes de limpeza para os dias seguintes aos eventos ocorridos no estádio, mas nem isso tirou a arena do vermelho.

Nada disso, porém, tira o otimismo das autoridades estaduais do Amazonas. “A Arena Amazônia passou a ser o orgulho da Região Norte, a joia do Norte. O Estado ganha com os impostos dos eventos no local e, como o futebol é o esporte que mais garante ascensão social, a arena tem que ser olhada como cunho social. (…) Quando olhamos para o lado social, é mais fácil um torcedor amazonense ver um jogo da Copa do Mundo ou de um time do Rio de Janeiro em Manaus do que comprar uma passagem aérea para ir até o Rio. Daí, percebemos o valor do estádio”, explica Aly Almeida, presidente da FVO.

Amazonianarede-Uol Esporte

 

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