Caso Fernando: Justiça manda internar primos por espancar adolescente até a morte em Manaus

Adolescente agredido morte
Adolescente tem a vida interrompida por espancamento em Manaus — Foto: Rede Amazônica

Juiz acatou pedido do MPAM e determinou a internação de adolescentes acusados de crime motivado por injúrias homofóbicas.

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou a internação dos dois adolescentes, primos de 16 e 17 anos, acusados de espancar até a morte Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, em Manaus. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (20).

Fernando foi agredido no dia 2 de julho, na Rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste da capital. Ele chegou a ser hospitalizado, mas morreu dois dias depois em consequência dos ferimentos. Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado por injúrias homofóbicas.

O juiz Eliézer Fernandes Júnior, titular do Juizado da Infância e Juventude Infracional, atendeu ao pedido do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e aplicou aos adolescentes a medida socioeducativa de internação, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O caso

O adolescente de 17 anos morreu após agressões causadas por dois adolescentes, no bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus. Apesar de ter sido socorrido e encaminhado aos hospitais e prontos-socorros Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo e Dr. João Lúcio Pereira Machado, Fernando não resistiu aos ferimentos.

A investigação mostrou que Fernando sofreu o chute, caiu no chão, bateu a cabeça e teve uma convulsão. O caso é tratado como homicídio motivado por preconceito, sendo relacionado à possível orientação sexual da vítima, algo que não foi citado pela família, mas identificado ao longo da apuração.

Os dois adolescentes envolvidos devem responder por ato infracional análogo a homicídio qualificado por motivo fútil.

Morte causa comoção

A morte de Fernando Vilaça causou comoção. Estudantes da Escola Estadual Jairo da Silva Rocha fizeram uma homenagem na quadra do colégio, com cartazes pedindo justiça, e montaram um memorial na carteira onde ele costumava sentar, com fotos e símbolos de luto.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) manifestou pesar e solidariedade à família, destacando que as agressões violam os direitos humanos. A pasta informou que acompanha o caso e reforçou que Fernando não será esquecido.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também se manifestou, afirmando que acionaria órgãos para acompanhar o caso. Ela lamentou a interrupção da vida do adolescente após sofrer ofensas homofóbicas.

amazonianarede
Por g1 AM — Manaus

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