
Permissionários clamam por uma ação imediata da Prefeitura de Manaus; obra orçada em mais de R$ 3 milhões está parada há cinco meses
Manaus – A paciência dos feirantes do bairro da Betânia, zona sul de Manaus, chegou ao limite. Orçada em mais de R$ 3 milhões, a tão aguardada obra de revitalização do anexo da feira do bairro encontra-se inexplicavelmente paralisada há cinco meses, gerando revolta e prejuízos para os comerciantes locais.
A paralisação e a falta de informações claras por parte dos órgãos responsáveis têm deixado os feirantes em uma situação delicada. A obra orçada em R$ 3.356.858,39 teve início no dia 03 julho de 2024 com previsão de término 29 de dezembro de 2024 e, após cinco meses, a obra nem começou.
A permissionária, Adelaide de Lima Monteiro, 61, relatou uma queda significativa nas vendas devido à estrutura improvisada, poeira, dificuldades de acesso para os clientes, além de ratos que saem dos esgotos e permanecem transitando pelo local.
“Em dias de chuva alaga tudo, tem ratos é um perigo. Já era pra ter terminado isso porque promessa é dívida. Não vem ninguém aqui, a gente não tem resposta de nada até agora. A gente fica aqui na chuva, no sol, na poeira, tem ratos. Só Deus mesmo pra nos ajudar aqui”, disse Adelaide.
A empreendedora, que trabalha no local desde 2022, revelou ainda que uma mulher que ela não soube identificar quem seria, falou que eles deveriam sair do local, mas ela alega que não tem para onde ir.
“Já tentaram tirar a gente daqui. Uma mulher que eu não sei quem é, disse que se a gente não saísse por bem sairia por mal. A polícia vinha aqui e [jogava] a gente fora. A gente tem que ter um lugar para ficar, não é assim não. Eu tô aqui porque preciso, chego às 6h e saio às 16h. Esse povo mentiu pra gente pra conseguir votos e depois é assim finge que a gente não existe”, concluiu Adelaide.
De acordo com o permissionário Ademar Rodrigues, 57, a obra está parada e os feirantes estão sem informações sobre o término da reforma. De acordo com ele, o local está infestado de ratos e o piso está deteriorando.
“Tem muitos ratos aqui, muitos ratos. A gente precisa de melhorias aqui, já falaram que a gente mesmo não pode arrumar porque eles vão fazer a reforma, mas a gente precisa a melhorar essa feira”, disse o feirante.
A comunidade da Betânia também demonstra seu descontentamento com a situação. A feira é um ponto de encontro tradicional e importante para o abastecimento da população, e a obra inacabada afeta não apenas os comerciantes, mas também os moradores do bairro.
Conforme Elane Monteiro, 47, assistente de Recursos Humanos e natural do Rio de Janeiro, está pela primeira vez em Manaus e sentiu a falta de acesso para Pessoas com Deficiência (PcD), além do espaço está sem condições de ‘trabalho’
“A primeira vista não tem uma qualidade, eu como visitante fiquei decepcionada, muita variedade de mercadorias, mas o ambiente está sem condições de trabalho, de limpeza. Senti falta de acesso para Pessoas com Deficiência, além das pessoas precisarem do espaço para trabalhar com qualidade”, desabafou Elane.
Diante da morosidade e da falta de perspectivas, os feirantes da Betânia clamam por uma ação imediata da Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc). Eles exigem explicações sobre os motivos da paralisação e um cronograma claro para a retomada e conclusão da obra.
A promessa de um espaço moderno e adequado para o comércio se transformou em um cenário de incertezas e perdas financeiras. Construída em 1996, pelo então prefeito Eduardo Braga, a Feira da Betânia não recebia manutenção há 28 anos. Agora, senador do Estado do Amazonas, Eduardo Braga destinou à Prefeitura de Manaus R$ 4,8 milhões em recursos para a reforma e modernização do anexo da feira da Betânia.
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Kellen Rocha Portal d24am