Parintins, AM – A terceira e última noite do 52º Festival Folclórico de Parintins foi marcada pela emoção e grandiosidade dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido. O vencedor será conhecido nesta segunda-feira (3). Os dez jurados avaliaram 21 itens, entre eles, lenda amazônica, cunhã-poranga, ritual indígena, boi bumbá evolução e galera, que é a torcida. O início da apuração está marcado para 11h no Bumbódromo.
O primeiro a se apresentar nesse domingo (2) foi o Garantido, que defendeu o tema “Amazônia, esperança e fé”, com uma mensagem de luta pela preservação da floresta.
A padroeira da cidade, Nossa Senhora do Carmo, foi homenageada com uma grande alegoria, emocionando o público, embalado pela voz da cantora amazonense Márcia Siqueira. Os dançarinos também surpreenderam a plateia, com uma coreografia bem sincronizada durante a encenação de um ritual da etnia indígena Carajá. Flechas foram disparadas durante o ato.
Para o presidente do Garantido, Adelson Albuquerque, o boi vermelho demonstrou na arena que veio forte e preparado para competir.
“O Garantido se preparou, cogitava-se que ele vinha fraco. Mas eu sempre dizia: vai chegar o momento de separar os adultos das crianças, porque nós estávamos extremamente preparados para fazer essa grande festa. E não há dúvida nenhuma de que foi um momento maravilhoso na nossa vida. Com toda certeza, a união foi o básico para mantermos a harmonia entre todos os setores do boi, que hoje se transformou no encerramento maravilhoso do festival que fizemos”, ressaltou Albuquerque.
O manauara Luís Reis é torcedor do Garantido desde criança, mas esta foi a primeira vez em que assistiu ao festival em Parintins. Ele está confiante de que o boi vermelho vai ser vitorioso de novo este ano.
“A festa está linda. Um dos melhores anos, na minha opinião. O Garantido é muita emoção e o que faz a diferença é a torcida. A alegoria do Caprichoso está muito bonita. Os dois bois fizeram um grande espetáculo. Mas tenho fé em Deus que o Garantido vai levar o título este ano novamente”, afirmou o torcedor.
O Caprichoso abordou a história da arte parintinense e o protagonismo do caboclo, o homem da Amazônia. Na alegoria “O calafate”, o boi azul ressaltou o trabalho dos artesãos navais de Parintins. Um dos maiores símbolos da cidade, a Catedral de Nossa Senhora do Carmo foi também representada. A imagem da santa “levitou” sobre a arena, ao som da música Nossa Senhora, cantada pelo levantador de toadas David Assayag, emocionou o público. Outra surpresa da noite foi uma alegoria gigantesca do Boi Caprichoso, que surgiu do céu levado por um guindaste.
O presidente do bumbá azul, Babá Tupinambá, também destacou a união de toda a equipe e o esforço para trazer novidades ao festival deste ano.
“A gente prezou pela união do nosso boi, o resgate do amor pelo Caprichoso. Isso que eu trouxe para a arena: a união. Foi bonito e forte a cada dia e mostrou inovação e grandiosidade. Nós não queremos ser melhores que ninguém, nós queremos ser melhores do que nós mesmos. Agora o que jurado pensa ninguém sabe, mas nós fizemos a nossa parte. O nosso sentimento é de alegria, de vitória”, disse Tupinambá.
O parintinense Juliano Santana é fã do Caprichoso e falou sobre a importância de divulgação do festival. “O Caprichoso foi superior ao Garantido. Mas que vença o melhor. Quem ganha com isso são os visitantes. A gente tem muito orgulho de ter essa cultura espalhada para o mundo todo”.
Amazonianarede-Agencia brasil