300 mil pessoas precisam ser vacinadas contra febre amarela em Manaus

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) está buscando novas estratégias para reduzir o déficit no número de pessoas que precisam ser vacinadas contra febre amarela em Manaus. Atualmente, estima-se que 300 mil pessoas na cidade não estão com a vacina atualizada, ficando sob o risco de contrair a doença.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, apesar de a região Norte ser considerada área de risco para febre amarela, muitas pessoas ainda não buscam as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para receber a vacina, oferecida gratuitamente, ou para fazer o reforço vacinal a cada dez anos.

“Todas as nossas unidades de saúde oferecem a vacina. Inclusive, temos dez unidades funcionando com horário ampliado, das 7h às 21h, e aos sábados, das 7h às 17h. Então, as pessoas não podem perder a oportunidade de se proteger da febre amarela, principalmente porque está chegando a Copa do Mundo e vai ser grande o número de turistas que podem trazer a doença para Manaus”, lembrou o secretário.

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus, cujo reservatório natural são os primatas não humanos que habitam as florestas tropicais. Existem dois tipos da doença: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus, e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue.

Embora os vetores de transmissão sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são iguais. A transmissão do vírus ocorre através da picada do mosquito infectado, normalmente em regiões de floresta e cerrado, caso a pessoa não tenha tomado a vacina.

Evandro Melo informa que a Prefeitura de Manaus está atuando para aumentar a cobertura vacinal da população para febre amarela, sendo que, normalmente, adolescentes e adultos procuram a vacina quando precisam viajar para o exterior, o que exige a troca pelo cartão vacinal internacional.

“O Ministério da Saúde preconiza uma cobertura vacinal de 100% da população para a doença em Manaus. A Semsa tem intensificado ao máximo as ações de imunização através das Unidades de Saúde e somente no primeiro semestre de 2013 já foram vacinadas 90.301 pessoas”, ressaltou Evandro Melo.

Para reduzir o déficit vacinal em febre amarela, os profissionais da Semsa estão realizando ações de intensificação da oferta da vacina nas Unidades de Saúde, fazendo a busca ativa de usuários por meio dos agentes comunitários de saúde e, dentro da programação municipal de preparação para a Copa de 2014, realizando ações voltadas para os grupos considerados mais vulneráveis às doenças transmissíveis, o que inclui profissionais das áreas de turismo, de transporte fluvial, terrestre e aéreo, do ramo de alimentação, taxistas, motoristas e cobradores de ônibus, além dos profissionais de saúde.

Vacina

O calendário vacinal para febre amarela recomenda a primeira dose da vacina para crianças a partir de nove meses de idade, mas é preciso reforçar a vacina com uma nova dose a cada dez anos para que a imunização seja eficaz.

No ano de 2008, o Ministério da Saúde delimitou duas áreas geográficas para orientar as estratégias de imunização. A Área com Recomendação de Vacinação (ACRV) inclui todos os estados das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, os estados de Minas Gerais e Maranhão e parte dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A vacina é disponibilizada pelo Ministério da Saúde e é produzida pelo laboratório Bio-Manguinhos, sendo oferecida gratuitamente para toda a população a partir de nove meses de idade.

Os viajantes e turistas devem ter um cuidado especial ao se dirigirem para localidades como zonas de florestas e cerrados, precisando tomar a vacina pelo menos 15 dias antes da viagem para que o organismo transmissor possa produzir os anticorpos necessários.

Casos – Os dois últimos casos de febre amarela registrados no estado do Amazonas ocorreram em 2007, um em Iranduba e outro em Maués. Os dois casos evoluíram para óbito.

Os casos mais recentes da doença no Brasil foram registrados em 2010, nos estados do Pará e Mato Grosso do Sul, também com o óbito dos pacientes.

De acordo com Evandro Melo, além da vacinação, é preciso que os serviços de saúde mantenham atenção em todos os casos suspeitos, com notificação e investigação em até 24 horas, que realizem ações educativas de mobilização social para eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, possível vetor em área urbana, e fornecer à população e profissionais de saúde informações atualizadas sobre a febre amarela. “Todas as pessoas precisam ter consciência que também são responsáveis pela própria saúde, evitando uma doença que pode ser prevenida com vacinação, oferecida gratuitamente nas Unidades de Saúde”, conclui Evandro Melo.

Orientações para a população:

• Todo cidadão deve procurar uma sala de vacina nas unidades de saúde do
município, munido de cartão de vacina, mesmo que seja o de criança, para atualizar todas as vacinas necessárias;
• Cartão de Vacina é um documento, não podendo ser trocado ou passado a
limpo. Hoje, muitas empresas estão exigindo a apresentação do mesmo para novas contratações;
• A pessoa que deseja viajar e não é vacinada com febre amarela deve ser
receber a vacina pelo menos 15 dias antes da viagem;
• Todo indivíduo é responsável em deixar a sua comunidade livre de ser
acometida por agravos que podem ser evitados com a vacina;
• Não espere acontecer à doença, previna-se.

(Semcom)

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