Na Sexta-feira da Paixão, Jesus Cristo foi pregado na Cruz, e esta tornou-se o símbolo mais profundo da fé Católica.
A Semana Santa é uma tradição religiosa cristã que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Ela se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição de Jesus, que ocorre no domingo de Páscoa.
A tradição Católica revive os episódios mais marcantes desta semana fundamental na vida de Jesus.
A Sexta-feira Santa ou Sexta-feira da Paixão é aquela que recorda a crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. O dia em que Ele teve de carregar a sua própria Cruz até ao Calvário.
Após ter sido preso, julgado e açoitado, colocaram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos e foi levado a Pilatos. Tendo sido condenado, carregou a sua Cruz até ao monte Calvário.
Ao meio-dia foi crucificado, entre dois ladrões. Às 3 horas da tarde, Jesus morreu. O seu corpo foi depois retirado da cruz e colocado num sepulcro cavado na rocha, que pertencia a José de Arimateia.
Essa data é celebrada na sexta-feira antes do domingo de Páscoa. É o dia em que Jesus foi condenado à crucificação e morreu para pagar pelos pecados de toda a humanidade. A cruz tornou-se o símbolo mais profundo da fé católica.
No ano 325 d.C., Constantino decretou a Cruz como o símbolo oficial do Cristianismo. Ela representa o sofrimento de Jesus e a sua paixão por todos nós.
Na Sexta-feira Santa, os fiéis fazem jejum, abstendo-se de comer carne em sinal de respeito e devoção a Jesus que morreu para libertar a todos do pecado original e ensinou que o Amor é a única salvação que existe.
O que se revive na Sexta-feira da Paixão?
A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança.
Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado.
Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.
Via-Sacra
Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucificação e morte na cruz.
- Estação: Jesus é condenado à morte.
- Estação: Jesus carrega a cruz às costas.
- Estação: Jesus cai pela primeira vez
- Estação: Jesus encontra a Sua Mãe
- Estação: Simão de Cirene ajuda Jesus
- Estação: Verônica limpa a face de Jesus
- Estação: Jesus cai pela segunda vez
- Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
- Estação: Jesus cai pela terceira vez
- Estação: Jesus é despojado de Suas vestes
- Estação: Jesus é pregado na cruz.
- Estação: Jesus morre na cruz
- Estação: Jesus é descido da cruz
- Estação: Jesus é sepultado
Outros dias da Semana Santa:
Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição.
Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte.
A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado.
A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.
Terça-feira Santa
A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que, a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.
Este é o dia em que são celebradas as Sete Dores de Nossa Senhora:
– A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2:34-35);
– A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2:13-21);
– O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2:41-51);
– O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23:27-31);
– Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (Stabat Mater) (João 19:25-27);
– Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27:55-61);
– Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23:55-56).
Este é também o chamado dia da penitência, no qual os fiéis cumprem as suas promessas.
Quarta-feira Santa
Procissão do encontro
Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa.
Os homens saem, de uma igreja ou local determinado, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.
Neste dia, é também lembrada a traição de Judas, que se terá dirigido aos chefes dos sacerdotes, oferecendo-se para trair Jesus, recebendo em troca trinta moedas de prata.
Quinta-feira Santa
Santos óleos
Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos.
É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.
Lava-pés
O Lava-pés é um ritual litúrgico realizado durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor.
Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia.
O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre, que lava os pés de algumas pessoas da comunidade, está imitando Jesus no gesto; não como uma peça de teatro, mas como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.
Durante a cerimônia do lava-pés, Judas Iscariotes saiu para trair Jesus. A este dia está associado o Mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
Instituição da Eucaristia
Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores.
A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.
Instituição do sacerdócio
A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus, num dia como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26).
Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.
Sábado Santo
Este dia representa a espera dos fiéis que, junto ao sepulcro de Jesus, esperam pela sua Ressurreição. A principal celebração deste dia, também chamado Sábado de Aleluia, é a Vigília Pascal, que começa ao final do dia e só termina na manhã seguinte, que reproduz a esperança dos fiéis na Ressurreição, pois Jesus permanece no sepulcro.
Neste dia também não é celebrada Eucaristia, e o único Sacramento permitido é o da Confissão. No início da Vigília Pascal, o celebrante abençoa o fogo novo e acende o Círio Pascal, uma vela grande acesa que representa o esplendor de Cristo ressuscitado, a esperança na Ressurreição que dissipa as trevas do erro e do pecado.
Uma vez aceso o Círio Pascal, são nele inscritos os algarismos do ano em que estamos, depois cravam-se cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus, e as letras alfa e ômega, primeira e última letra do alfabeto grego, simbolizando o princípio e o fim de todas as coisas.
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