Por Vivian Sequera e Julia Symmes Cobb
CARACAS (Reuters) – A Venezuela não processa pessoas por suas opiniões políticas e não possui presos políticos, disse o procurador-geral do país, Tarek Saab, antes da eleição presidencial de domingo que, segundo ele, deve ser pacífica.
A campanha para a disputa presidencial, na qual o presidente Nicolás Maduro busca seu terceiro mandato em meio a um notável apoio ao candidato da coalizão de oposição, Edmundo González, tem sido marcada por prisões de pessoas ligadas à oposição, acusações de conspiração e avisos sobre possíveis fraudes.
Grupos de defesa estimam que cerca de 290 pessoas estão detidas em todo o país por motivos políticos, geralmente sob acusações de terrorismo ou conspiração.
“Há mais de 300 pessoas presas, não por motivos políticos, mas por estarem envolvidas em ataques terroristas”, disse Saab em uma entrevista à Reuters na terça-feira em seu escritório em Caracas.
“Não processamos ninguém – eu sou o chefe da ação legal – por sua opinião política”, disse Saab.
A oposição tem denunciado as prisões e outras ações das autoridades como esforços para prejudicar sua campanha e impedir uma eleição justa.
O chefe de segurança da líder da oposição María Corina Machado foi preso na semana passada e depois liberado. Várias dezenas de aliados de Machado também foram detidos.
“As pessoas não saíram para votar e já estão dizendo que é fraude”, disse Saab, acrescentando que a votação de domingo, na qual cerca de 21,3 milhões de pessoas estão aptas a votar, será pacífica.
Observadores eleitorais de prestígio, incluindo representantes do Centro Carter, estarão observando, afirmou ele.
“A mesa está preparada para que este seja um momento muito especial”, disse Saab. “Peço que tudo ocorra em paz, que o ambiente seja de respeito e que os resultados eleitorais sejam respeitados.”
Se o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) denunciar oficialmente uma possível fraude, ela será investigada, disse Saab, acrescentando que fraude eleitoral não ocorre há 25 anos, desde que o partido socialista governista assumiu o poder.
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Reuters Vivian Sequera e Julia Symmes Cobb