Até o momento, dois rádios transmissores, 37 celulares, 45 barras de ferro, além de 11 facões e 21 estoques – armas artesanais – foram apreendidos nesta segunda-feira ( 6) no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no km 8 da BR-174 – palco do massacre em que foram mortos 57 presos no primeiro dia de 2017. A revista ainda está ocorrendo na unidade prisional.
De acordo com o secretário de Segurança do Amazonas, Sérgio Fontes, o material estava em posse da mesma população envolvida na matança de presos no dia 1º de janeiro. Fontes disse que houve reação por parte dos detentos, porém foram contidos.
“Consideramos que o sistema prisional não está pacificado, mas está em constante observação e sob controle. Vamos continuar recapturando foragidos no nosso dia a dia”, disse Fontes.
Questionado sobre os métodos utilizados para que os materiais apreendidos entrassem no presídio, Fontes acredita que deva ser através de corrupção e atê por familiares dos detentos.
“Nós ainda não temos todos os instrumentos necessários para fazer com que isso cesse. Estamos em um dilema diário. Ainda precisamos de equipamentos necessários para que a tecnologia nos permita, cumprindo as normas nacionais e internacionais, que evitemos a entrada destes materiais”, afirmou.
Forças Estaduais de Segurança e militares das Forças Armadas iniciaram a revista minuciosa no local por volta das 3h da madrugada, com o objetivo de encontrar objetos ilícitos dentro da unidade.
A operação é monitorada pelo Centro Integrado de Comando e Controle do Amazonas (CICC-AM) da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e conta com a participação de mais de 1.000 servidores, entre policiais Civis e Militares, além de Bombeiros, Policiais Rodoviários Federais e militares das Forças Armadas.
Rebeliões e fugas
A rebelião que aconteceu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado. Ao todo, 57 foram mortos na unidade no dia 1º de janeiro de 2017.
O massacre foi liderado por internos da facção Família do Norte (FDN), segundo a Secretaria de Segurança.
Na tarde do dia 2, outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus.
No dia 8 do mesmo mês, uma nova rebelião deixou quatro mortos na Raimundo Vidal Pessoa, localizada no Centro de Manaus. O local estava desativado por recomendação do Conselho Nacional de Justiça e foi reaberto para a acomodação de presos ameaçados de morte no Compaj.
Além dos assassinatos, 225 presidiários conseguiram escapar das unidades. Um total de 72 presos fugiu do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista) na manhã de domingo (1º). Outros 112 conseguiram fugir do Compaj no dia do massacre. Ao todo, 113 seguem foragidos.
Amazonianarede-JAM