Sem recursos financeiro e humano, a TV Ufam continua fora do ar

Sem dinheiro e servidores, TV Ufam continua fora do ar
Sem dinheiro  e servidores, TV Ufam continua fora do ar
Sem dinheiro e servidores, TV Ufam continua fora do ar

Amazonas – A TV Ufam está fora do ar há dois anos sob a justificativa de que não há recursos nem mão de obra para dar continuidade à produção de programas. Em 2010 e 2013, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) firmou dois convênios com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) que somam aproximadamente R$ 1 milhão. Segundo a Ufam, R$ 722.708,50 repassados ao canal foram devolvidos ao estado.

Quando estava no ar, a grade da TV tinha cerca de 20 programas voltados a diversas temáticas, como meio ambiente, ciência e cultura. O canal é vinculado à Ufam. Antes de parar as atividades, em 2013, a TV ficou no ar por oito anos.

De acordo com a assessoria da universidade, a TV Ufam deve voltar a funcionar até o fim deste ano. Também está previsto o lançamento de um edital de concurso público para vagas no canal. Em informativo divulgado no canal 8, a direção da instituição afirma que os trabalhos foram suspensos por falta de profissionais.

A Ufam informou que precisou paralisar o funcionamento da TV por não possuir, em sua estrutura organizacional, um setor dedicado exclusivamente para coordenar as atividades da Universidade vinculadas à TV Universitária.

O professor do Departamento de Educação Física da Universidade, Gilmar Couto, foi o último diretor-geral antes da paralisação. Segundo ele, que diz ter ficado na gestão da TV Ufam durante cinco anos e oito meses, a falta de captação de recursos não justifica o fechamento do canal. Ele atribuiu a interrupção da programação da TV a falhas da Universidade.

“Nós tínhamos recurso. Tivemos captação durante esses mais de cinco anos que estive à frente da TV de mais de R$ 3 milhões em projetos com o Ministério da Ciência e Tecnologia e de projetos dentro da Fapeam. Só na Fapeam foi quase R$ 1 milhão investido. Foi uma questão de gestão institucional pela qual eu não posso responder”, disse Couto, que deixou a gestão da TV em dezembro de 2014.

Convênios

De acordo com a Fapeam, dois convênios foram firmados junto à Federal do Amazonas em prol da TV Ufam, como parte do Programa de Popularização da Ciência. O primeiro convênio, no valor de R$ 236.660,00, foi deliberado em junho de 2010. O valor teria sido repassado à TV Ufam em 13 de dezembro do mesmo ano. Conforme a Fundação, o aporte era destinado à viabilização de matérias jornalísticas referentes à divulgação científica no estado.

O segundo convênio, deliberado em dezembro de 2012 e assinado em abril de 2014, no valor de R$ 722.708,50, tinha como objetivo a criação do Núcleo de Pesquisa e Produção de Conteúdos Audiovisuais sobre Ciência, Tecnologia e Inovação no Amazonas. O valor teria sido repassado em 7 de outubro de 2013, mas não chegou a ser utilizado, conforme informou Gilmar Couto. Assim, o Núcleo, que tinha como objetivo divulgar os trabalhos da comunidade científica do estado, não saiu do papel.

A Ufam informou à reportagem que nenhum dos recursos dos convênios foi aplicado, em razão da insuficiência do valor para a manutenção das atividades da TV. “Os valores supririam apenas por um curto período, ao fim do qual, as atividades da TV Ufam seriam paralisadas da mesma forma”, comunicou a Ufam, por meio de assessoria de comunicação.

Consultada a Fapeam informou que o aporte do primeiro convênio – R$ 236.660,00 – não foi devolvido. Conforme Gilmar Couto, esse valor foi aplicado, entre outras finalidades, na construção da atual sede da emissora, dentro da àrea universitária, na Zona Sul de Manaus. A Fapeam confirmou que a TV Ufam prestou contas à Fundação da aplicação de R$ 219 mil do total repassado à Ufam no primeiro contrato, ou seja, não houve prestação de contas de R$17.660.

A reportagem voltou a entrar em contato com a Ufam para confirmar a prestação de contas referente ao primeiro contrato junto à Fapeam, mas não obteve retorno das solicitações.

Dificuldades

O ex-diretor Gilmar Couto afirmou que a emissora possuía a maior programação entre as TVs universitárias do Brasil, mérito que, segundo ele, era reconhecido nacionalmente. “A TV, do jeito que eu peguei, era fraca em termos de audiência. Quando nós saímos, tínhamos uma audiência sensacional. Desde 2005, quando começou a existir, até 2013, a TV funcionou normalmente, tendo animação de recursos para dar consistência ao projeto”, afirmou.

Segundo Couto, a falta de colaboradores foi a principal dificuldade durante os anos de funcionamento do canal. “Programação nós tínhamos, bons programas nós tínhamos. Parou porque não tínhamos funcionários. Antes, a TV Ufam funcionava com colaboradores contratados para prestar serviços para a TV. Com o tempo, essas pessoas foram mandadas embora, foram demitidas, e aí não contrataram mais”, afimou.

O professor informou ter solicitado a transformação da TV Ufam em ente jurídico, a fim de garantir gestão administrativa e financeira independentes da universidade. Entretanto, o pedido não foi autorizado.

Concurso público

Para garantir o retorno da TV Ufam, a Federal do Amazonas criou o Departamento de Cultura e Produção de Imagens, dirigido pela professora do Departamento de Comunicação Social Ítala Clay.

O novo setor deverá ser dedicado exclusivamente à coordenação das atividades da Instituição vinculadas à TV Universitária. Assim, a TV fica sendo administrada, em âmbito geral, pelo Conselho de Gestão da TV Universitária e, em nível operacional, pelo Departamento de Cultura e Produção de Imagens, junto à Pró-reitoria de Extensão (Proext).

Com a reestruturação, um concurso público para contratação de colaboradores tem previsão para ocorrer ainda no segundo semestre de 2015. Segundo a Ufam, o Ministério da Educação (MEC) liberou, no primeiro momento, quatro vagas para as atividades na TV, sendo uma vaga para diretor de programa, duas para técnico de manutenção de áudio e vídeo e uma para jornalista

Amazonianarede-G1

 

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