Secretaria de Segurança aciona Inteligência após ameaças de facção contra agentes do Amazonas

Segundo Sérgio Fontes, alerta foi enviado pela Polícia Federal de Brasília após interceptar mensagens de facção criminosa. 'Não vamos nos intimidar', diz secretário.

Amazonas – A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) acionou o setor de Inteligência do órgão após a Polícia Federal de Brasília emitir um alerta sobre ameaças de uma facção criminosa contra servidores públicos de segurança do Amazonas.

O caso foi confirmado pelo secretário da SSP-AM, Sérgio Fontes, neste domingo (7). Ele informou já ter tomado algumas medidas de cautela.

Segundo Sérgio Fontes, as mensagens entre membros da facção foram interceptadas no sábado (6). A quadrilha – que tem origem em São Paulo e atua em todo país – teria enviado um “salve” (ordem) autorizando o assassinato de policiais civis, militares e agentes penitenciários do Estado.

“Nós estamos alertando os servidores para que redobrem os cuidados. A nossa recomendação é a mesma da PF, [para saber] de onde se originou essa informação. Também determinamos ao nosso sistema de Inteligência que busque maiores informações sobre o assunto”, disse Fontes.

Tres Segundo o secretário de segurança, o alerta enviado informava que a ordem da facção era destinado a integrantes do grupo no Amazonas, Roraima (RR) e do Rio Grande do Norte (RN), que fariam a organização e execução de atentados nas respectivas localidades.

“O fatoé que estes ‘salves’ nãointimidam o Estado e seus agentes, que continuarão combatendo o crime organizado e fazendo valer as leis do nosso país.

O Estado não é uma facção rival que se intimide com manifestações desse tipo. Um ataque aos seus servidores receberá a devida resposta na proporção apropriada e dentro da lei”, completou Fontes.

A Rede Amazônica entrou em contato com a superintendência da Polícia Federal do Amazonas por telefone.

O superintendente, Marcelo Rezende, se limitou a dizer que “há equívocos e imprecisões na informação”. O G1 não conseguiu contato com a Polícia Federal em Brasília.

Guerra entre facções

O Amazonas tem registrado confrontos entre facções criminosas, que geraram séries de mortes em unidades prisionais. No dia 1º de janeiro deste ano, o maior massacre da história do sistema prisional amazonense ocorreu durante rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) com 56 presos mortos. Uma disputa entre uma facção regional e outra, de São Paulo, teria motivado a violência nas cadeias.

A mesma facção que ordenou a matança de presos pretendia ainda cometer atentados a bomba contra autoridades do Amazonas. O plano de integrantes da facção foi descoberto pelo setor de Inteligência da SSP-AM e obtido com exclusividade pela GloboNews.

No dia 24 de abril, um dos integrantes da facção de São Paulo, que foi recapturado após fugir da Cadeia Pública Vidal Pessoa, em Manaus, disse que o grupo criminoso pretende vingar a matança nos presídios da capital. Ele disse que há um planejamento para matar rivais e que guerra entre as facções não tinha encerrado.

Polícia suspeita que objeto tenha sido fixado durante tiroteio na madrugada de domingo (7) (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Atentados contra presídio

No mesmo fim de semana em que o alerta foi dado à SSP-AM, um atentado foi registrado na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), neste domingo (7). Durante a madrugada, um grupo de dez homens armados atiraram contra policiais que faziam a segurança na frente do local.

Já pela tarde, por volta de 15h30, agentes penitenciários da unidade encontraram uma suposta dinamite fixada ao muro da penitenciária.

A polícia suspeita que o tiroteiro tenha sido uma ação para distrair a segurança e implatar o artefato explosivo, que deveria auxiliar em uma fuga de presos da UPP.

O objeto foi detonado no início desta noite. A Secretaria de Administração Penintenciária (Seap) não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta reportagem.

Amazoniarede-Rede Amazonica

 

 

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