O Palmeiras entrou no gramado do estádio da Vila Belmiro, em Santos, neste sábado, sabendo que Atlético Mineiro e Flamengo, rivais diretos na briga pelo título, haviam empatado por 2 a 2 em Belo Horizonte. Era a senha para aumentar a vantagem e praticamente definir o título do Campeonato Brasileiro. Não conseguiu. Acuado no segundo tempo, o líder perdeu para o Santos por 1 a 0, com gol do colombiano Jonathan Copete.
Com o resultado no clássico pela 33.ª rodada, o Santos assumiu o terceiro lugar do Brasileirão, que dá vaga direta para a fase de grupos da Copa Libertadores, com 61 pontos, ultrapassando o Atlético Mineiro, agora o quarto com 60. Já o Palmeiras perdeu uma invencibilidade de 15 jogos.
A vitória santista não significa necessariamente que a disputa pelo título foi reaberta. A vantagem do Palmeiras ainda é confortável. São cinco pontos (67 a 62) faltando cinco rodadas para o final do torneio. No início da rodada, a vantagem era de seis para o Flamengo. Os próximos jogos devem mudar de novo o tabuleiro de xadrez: o Palmeiras recebe o desesperado Internacional, enquanto que o Flamengo faz o clássico carioca contra o Botafogo.
O clássico começou movimentado e elétrico. O Santos procurava as laterais, abrindo Copete pela esquerda e empurrando Victor Ferraz para pressionar Zé Roberto pelo lado direito. O esquema com três atacantes flutuava com frequência. O Palmeiras adotou a mesma estratégia, explorando a velocidade de Gabriel Jesus e Dudu. O técnico Cuca resolveu o mistério da escalação de maneira simples. Escalou Fabiano na direita, Jean no meio e Allione no ataque (o paraguaio Lucas Barrios sentiu um problema muscular pouco antes do jogo). A novidade foi a escolha do novato Vinicius Silvestre no gol para substituir Jailson, suspenso por acúmulo de cartões.
A rivalidade entre os dois clubes, acentuada com as duas finais recentes – o título santista no Campeonato Paulista de 2015 e a revanche do Palmeiras na Copa do Brasil do mesmo ano -, deixou o jogo mais disputado e travado do que técnico e refinado. O árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva preferiu não marcar todas as faltas. O técnico Dorival Júnior foi o primeiro a pedir para o Santos colocar a bola no chão e evitar as “pedradas”.
O Palmeiras foi o primeiro a conseguir esfriar a temperatura do jogo. Com boa movimentação de Tchê Tchê e Allione, a equipe mostrou maturidade para tocar a bola e fazer seu jogo na Vila Belmiro. As chances, no entanto, foram raras. O lance mais perigoso do Palmeiras foi um cruzamento de Allione que o goleiro Vanderlei teve de desviar com a ponta dos dedos, tirando da cabeça de Gabriel Jesus.
No segundo tempo, o Santos seguiu a orientação de Dorival Júnior e adiantou a marcação, o que colocou os zagueiros em apuros. Essa estratégia, aliada ao jogo pelos lados do campo novamente, deixou o time da casa perto do gol. Aos 21 minutos, Lucas Lima cruzou, a bola bateu na zaga e Copete abriu o placar.
O gol de Copete manteve alguns tabus. O Palmeiras não vence na Vila Belmiro há 11 jogos – foram nove derrotas. Gabriel Jesus vai se despedir sem ter feito gol em nenhum dos 19 clássicos que disputou – ele vai para o Manchester Citu, da Inglaterra, no final do ano. O Santos reafirmou a sua força para buscar uma vaga na Libertadores e está colado no vice-líder Flamengo. Essa briga está aberta.
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