Rússia revive táticas da era soviética para reprimir opositores, diz relatora

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(Foto: Reprodução/ Record News – 08.09.2025) Fonte: D24am. Leia mais em https://d24am.com/mundo/russia-revive-taticas-da-era-sovietica-para-reprimir-opositores-diz-relatora/

Casos de uso coercitivo da psiquiatria cresceram para uma média de 23 por ano desde 2022; Moscou diz que trabalho da relatora é ‘ilegítimo’

Rússia- A Rússia voltou a usar práticas associadas ao período soviético, como o tratamento psiquiátrico forçado, para silenciar dissidentes e ativistas contrários à guerra na Ucrânia. A denúncia foi feita nesta segunda-feira (22) em Genebra por Mariana Katzarova, relatora especial da ONU para direitos humanos na Rússia.

Em relatório publicado neste mês, Katzarova afirmou que a repressão do Kremlin está se tornando sistemática, apoiada em leis de segurança nacional e em medidas que atingem jornalistas, ativistas e opositores políticos. “A psiquiatria punitiva retornou como uma ferramenta contra as vozes anti-guerra”, disse a especialista.

Segundo a relatora, casos de uso coercitivo da psiquiatria cresceram para uma média de 23 por ano desde 2022, contra cinco anuais registrados entre 2015 e 2021. “É a velha ferramenta soviética para atrair dissidentes, neste caso, ativistas anti-guerra e também jornalistas”, afirmou.

Um dos exemplos citados por Katzarova é o da jornalista Maria Ponomarenko, obrigada a se submeter a tratamento psiquiátrico obrigatório por sua postura crítica em relação à guerra. Detida em 2023 por “espalhar notícias falsas” sobre a invasão da Ucrânia, Ponomarenko recebeu em março uma nova sentença de 10 anos de prisão.

Em resposta, a missão diplomática russa em Genebra encaminhou uma declaração do ministro das Relações Exteriores datada de 8 de setembro. O documento afirma que Moscou não reconhece o mandato de Katzarova e considera seu trabalho ilegítimo. O governo russo já havia rejeitado críticas anteriores, classificando-as como infundadas e parte de uma campanha de difamação do Ocidente.

O relatório também aponta que leis sobre agentes estrangeiros e disseminação de informações falsas estão sendo usadas em larga escala para restringir liberdades civis e retratar opositores como inimigos do Estado. De acordo com o grupo de direitos humanos russo OVD-Info, mais de 20 mil pessoas foram presas por expressarem posições contra a guerra desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Entre as medidas relatadas, além da psiquiatria coercitiva, estão tortura, processos criminais e prisões arbitrárias. Katzarova destacou que algumas vítimas foram submetidas a testes invasivos e a internações forçadas em hospitais psiquiátricos, o que classificou como uma “experiência cicatrizante”.

O governo russo afirma que essas políticas são necessárias para preservar a estabilidade interna e acusa agências de inteligência ocidentais de tentar desestabilizar o país.

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Do R7 Portal d24am

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