O período de chuvas em Roraima que se estende até o final do mês de setembro privou a população do desfrute de momentos de lazer nos principais balneários de Boa Vista.
A reportagem da Folha foi até os banhos do Caçari e da Polar, nos bairros Parque Caçari e Paraviana, respectivamente, e lá constatou que não há resquícios de praias nem de locais para reunir a família. A previsão é de que o nível dos rios só comece a baixar no começo do próximo mês.
Na praia da Polar, próxima ao bairro Paraviana, a reportagem constatou o acúmulo de águas até a margem da estrada que dá acesso ao balneário, o que impossibilita a entrada de banhistas no local. Já no Caçari, as praias estão todas submersas e as águas estão próximas de invadir um restaurante.
A combinação das férias com a prática de esportes aquáticos e as cheias dos rios requer maior atenção das pessoas para evitar afogamentos. O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) orienta a população para que evite mergulhar em áreas desconhecidas e profundas dos rios e utilize sempre equipamentos de segurança. Ao todo, de janeiro a julho deste ano, quatro pessoas já morreram afogadas no Estado.
SEGURANÇA – A principal orientação para evitar acidentes envolvendo afogamentos é nunca deixar crianças sozinhas e, se for andar de lanchas ou qualquer outra embarcação, utilizar sempre coletes salva-vidas. Outra dica é não ingerir bebidas alcoólicas antes de entrar na água; não se afastar da margem; não saltar de locais elevados para dentro d’água e não tentar salvar pessoas em afogamento sem estar devidamente habilitado.
POLUIÇÃO – A Folha noticiou recentemente que um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Roraima (Uerr) constatou que a água dos rios e igarapés de quatro praias de Boa Vista apresenta contaminação de coliformes fecais. As coletas de amostras foram feitas nas praias do Curupira, Polar, Caçari e no encontro do Cauamé com o rio Branco.
Mesmo com a comprovação de que há alterações nos parâmetros que indicam a qualidade da água, conforme prevê o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a utilização dos igarapés continua liberada porque não existe um órgão para acompanhar os rios e assim determinar a proibição de acesso.
No Caçari, a Folha identificou ainda outro grave problema ambiental. O acúmulo de lixo na entrada do balneário preocupa os moradores e donos de restaurantes. “Mesmo havendo um container de lixo, banhistas insistem em jogar latas de cerveja, refrigerante, sacos plásticos, garrafas e vidro, além de roupas e restos de animais no local”, contou um morador que preferiu não se identificar.
(Fonte: Folha BV)