Rio Negro poderá registrar 2ª maior cheia da história na capital do Amazonas

O CPRM divulgou primeira previsão com cota máxima de 29,95 metros. Nível é dois centímetros menor do que cota da maior cheia ocorrida de 2012.

Manaus, AM – O Rio Negro  que banha a capital amazonense poderá ter a segunda maior cheia histórica neste ano. A previsão é do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que divulgou o primeiro alerta de cheia de 2017 nesta sexta-feira (31). O nível máximo do rio na capital poderá atingir 29,95 metros. Inundações em áreas de Manaus começam a partir dos 29 metros.

O CPRM prevê que a cota do Rio Negro varie entre 29,25 m e 29,95. A média deve ser de 29,60 metros, a sexta mais elevada. A cota máxima de 29,95 prevista é dois centímetros abaixo da registrada em 2012, quando houve a makior cheia do Rio Negro, em Manaus.

Desde início deste ano, as cotas registradas no Rio Negro na capital estão próximas da série da cheia histórica de 2012, de acordo com o CPRM. O nível atual desta sexta-feira é de 27,27 m.

As populações ribeirinhas começam a ser atingidas quando a cota atinge 28,50 m. A pesquisadora do CPRM Luna Gripp disse que essa média tem sido registrada a cada sete anos. Já a cota de inundação do Rio Negro em Manaus é de 29 metros. “As máximas da cheia do Rio Negro em Manaus ocorreram no mês de junho em 74% dos registros”, acrescentou a pesquisadora.

Cota máxima

Marco Antônio Oliveira, superintendente do CPRM, explicou que a cota máxima deve oscilar dentro da faixa dos 29 metros. O especialista esclarece que as chances de ocorrências de repiquetes – fenômeno de descida repentina das águas e subida do nível logo em seguida – nesse processo de cheia são pequenas.

A cheia no Rio Negro, poderá ser a segunda maior da historia

“Não é comum atingir a máxima,  geralmente fica próxima da média, mas em 2012 a previsão máxima era 30,02 e chegou quase lá. Se vai atingir a cheia de 2012 existe uma incerteza. Consideramos uma cheia grande quando o rio ultrapassa 29 metros. O que queremos indicar nesse alerta é que será uma cheia grande, que deve atingir a população de Manaus e do interior.

Esse primeiro alerta que é dado com 75  dias de antecedência da cheia máxima e vamos melhorando a previsão conforme chegamos do fenômeno da cheia, mas esse é o mais importante porque em abril as pessoas começam ser atingidas”, afirmou o superintendente.

O Rio Negro em Manaus tem forte influência do Rio Solimões, que também está em ciclo de cheia. “Quem controla o Rio Negro é o Solimões. Se o Rio Negro está refletindo em uma cheia grande ela deve também deve acontecer em toda calha do Solimões de Tabatinga até o baixo Amazonas”, acrescentou Marco Antônio.

Chuvas

As chuvas são um dos principais fatores que podem determinar a intensidade do ciclo natural da cheia dos rios. Para o próximo trimestre (abril, maio e junho), o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) prevê afeitos da La Niña e chuvas intensas no Amazonas. A preocupação é maior porque a região está na estação chuvosa.

“A La Niña está  indo embora e existe uma expectativa de instalação do El Niño para os próximos três meses. Ainda temos um efeito residual do La Niña, que é um fenômeno que produz um efeito de aumento das chuvas na nossa região e que este teve bastante ativo na Amazônia peruana e colombiana. Por isso, os rios começaram o ano com níveis elevados.

A expectativa é que nos próximos três meses teremos a condição de permanência dessa situação. Ainda teremos  chuvas abundantes nas bacias desses rios”, avaliou o meteorologista do Sipam, Ricardo Dallarosa.

Defesas Civis

As Defesas Civis do Amazonas e de Manaus prepararam ações para áreas atingidas pela cheia dos rios. No interior do estado, a Defesa Civil do Amazonas já tem atuado na assistência de famílias atingidas.

Ao todo, 5.970 famílias foram afetadas em quatro municípios em situação de emergência da calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Eirunepé e Itamarati. Foram distribuídas 12 toneladas de ajuda humanitária aos afetados em Guajará. Oito toneladas de alimentos, remédios e kit’s de higiene foram enviados para famílias afetadas em Ipixuna.

“Estamos trabalhando desde final do ano passado fazendo o levantamento de acordo com os diagnósticos e monitorando as calhas de rios. Tudo está ocorrendo conforme as previsões. Estamos fazendo o socorro a mais de 5.500 famílias só na calha do Juruá. Já estamos colocando toda logística para preparar os municípios que poderão ser afetados pela enchente de 2017 na calha do Alto Solimões”, afirmou o secretário executivo da Defesa Civil do Amazonas, coronel Fernando Pires.

Manacapuru teve situação de emergência decretada por deslizamento de terra. O município fica na calha do Baixo Solimões e tem 41 famílias afetadas.

Dez cidades estão em alerta no estado e sete em atenção por conta da cheia dos rios Solimões, Juruá e Amazonas.

Em Manaus, ainda não áreas inundas pelo Rio Negro. Porém, a Defesa Civil municipal diz que já tem planejadas as ações de socorro em áreas que tradicionalmente ficam submersas pelas águas durante ápice da cheia.

“Antes do primeiro alerta estava a partir janeiro fazendo as vistorias in loco, fazendo o levantamento para futuramente fazer as ações que a situação requer. Vamos fazer passarelas e acessos a partir de abril. Em seguida o cadastramento dessas famílias nesses locais onde a situação é crítica para fornecer ajuda humanitária”, disse o gerente de Resposta da Defesa Civil de Manaus.

Amazonianarede-G1 ( fotos arquivos)

 

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