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VIENA – A remoção de toxinas mortais da Síria sob um esforço internacional para livrar o país de seu arsenal químico provavelmente ultrapassará o prazo final de 31 de dezembro, informou o organismo de vigilância global de armas químicas.
O mau tempo e as frentes de combate variáveis da guerra civil síria atrasaram a entrega de estoques essenciais aos locais nos quais as toxinas estão sendo preparadas para envio ao porto de Latakia, disse a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês).
“Provavelmente irá acontecer um atraso”, disse Franz Krawinkler, chefe de logística da OPCW, à TV estatal austríaca ORF neste sábado.
“Por causa de várias influências externas, incluindo o clima (…), certos estoques logísticos necessários para este transporte podem não ser entregues a tempo.”
A Síria concordou em entregar suas armas químicas até junho próximo, nos termos de um acordo proposto pela Rússia e aceito pelos Estados Unidos, depois de um ataque com gás sarin em 21 de agosto atribuído pelas nações ocidentais ao governo do presidente Bashar al-Assad.
Damasco concordou em transportar os artefatos químicos “mais críticos”, incluindo cerca de 20 toneladas de agente mostarda, pelo porto de Latakia, no norte sírio, até 31 de dezembro, para serem destruídos com segurança no exterior e longe da zona de guerra.
Um diplomata russo disse a uma agência do país na sexta-feira que o prazo seria perdido porque as toxinas que podem ser usadas para fazer sarin, gás VX e outros agentes ainda têm uma viagem potencialmente perigosa até Latakia.
“A remoção ainda não começou”, disse Mikhail Ulyanov, chefe do departamento de desarmamento do Ministério das Relações Exteriores, segundo a agência de notícias russa RIA, após uma reunião internacional sobre os esforços de remoção de armas químicas.
A Rússia, que tem dado um apoio crucial a Assad durante os quase três anos da guerra civil síria, transportou por avião 75 veículos armados e caminhões para o país na semana passada para levar os artefatos químicos para Latakia.