Relatório sobre situação de danos causados ao rio Araguari chega ao governo do Amapá

(Foto: Divulgação)

Um relatório entregue nessa semana ao governador Camilo Capiberibe expõe a forma com que o ambiente e as comunidades do Médio Araguari são prejudicados pelas várias atividades que vêm sendo executadas naquela região amapaense.

Salinização do Araguari, êxodo rural, fechamento de escolas, interrupção da navegabilidade em alguns trechos da foz rio e transformação dos antigos rios Urucurituba e Pracuuba do Araguari em canais com destruição de matas ciliares são os principais impactos sócio-ambientais e econômicos causados pelas múltiplas atividades naquele curso de água.

O relatório foi elaborado por técnicos do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territo-rial do Amapá (Imap) e Coordenadoria de Defesa Civil, por ordem do próprio governador Camilo Capiberibe que, por sua vez, atendeu a pedido de Eliane Pimentel, prefeita de Cutias do Araguari, município que diretamente sofre com os problemas na região média do rio que adjetiva o nome daquela unidade amapaense.

O Médio Araguari padece principalmente em virtude dos impactos causados pela criação desordenada de búfalos, instalação de duas turbinas no Paredão, construção das hidrelétricas do Caldeirão e Ferreira Gomes e extração de seixo, segundo diz o relatório de técnicos do Imap entregue ao governador do estado.

A bubalinocultura é a responsável pela deformação dos rios Urucurituba e Pracuuba do Araguari. Na década dos anos 1980, Urucurituba tinha 20 metros de largura, e agora está transformado num imenso canal de 180 metros de largura, deformação essa provocada pela depredação causada pelos milhares de búfalos ali existentes, mas também por fazendeiros da região.

Para se ter uma ideia do impacto negativo causado pela bubalinocultura na região, os hoje canais de Urucurituba e Pracuuba do Araguari mudaram o curso do rio, fazendo-o desaguar respectivamente no Bailique e no rio Gurijuba, enquanto o oceano Atlântico invade por cerca de três quilômetros o Araguari, substituindo as outroras águas doces por águas salgadas.

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