Relator diz que eventual renúncia de Cunha pode adiar votação da cassação

Uma eventual renúncia não altera em nada o processo, pois mesmo com a renúncia, a Câmara tem que deliberar, disse Marcos Rogério
Uma eventual renúncia não altera em nada o processo, pois mesmo com a renúncia, a Câmara tem que deliberar, disse Marcos Rogério
Uma eventual renúncia não altera em nada o processo, pois mesmo com a renúncia, a Câmara tem que deliberar, disse Marcos Rogério

BRASÍLIA, DF – O relator do processo de cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado Marcos Rogério (DEM-RO), afirmou que uma eventual renúncia dele antes da sessão marcada para a noite desta segunda-feira pode adiar a votação para outra data. O relator afirma que a eventual renúncia poderia dar margem para que aliados dele alegassem que existe um fato político novo e defender o adiamento da votação por alguns dias.

— Uma eventual renúncia não altera em nada o processo. Mesmo com a renúncia, a Câmara tem que deliberar. Obviamente, se ela acontecer no momento da sessão ou mesmo um pouco antes, por ser um fato político novo pode abrir brecha para que os aliados pressionem pelo adiamento por alguns dias — disse Marcos Rogério.

Nos bastidores, aliados ainda estariam fazendo apelos a Cunha para que ele renunciasse também ao mandato e evitasse o vexame de receber poucos votos contra a cassação, além do “carimbo de ser cassado”, mas que Cunha continua rechaçando essa hipótese. Um dos aliados contou que o peemedebista chegou a dizer que quer ver quem realmente se manteve a seu lado até o final. Nesta segunda-feira o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), questionado sobre rumores de que Cunha poderia renunciar no dia de hoje, afirmou:

— Não ouvi isso dele. Não acredito que ele vá renunciar.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) ressalta que há uma jurisprudência consolidada na Casa de que o processo continua porque uma consequência da cassação é a perda de direitos políticos.

— Está consolidado que a renúncia não interrompe o processo. A sessão vai prosseguir. Lembraria até o caso do Fernando Collor no impeachment em 1992. Não altera nada — disse Chico.

Ele afirmou ainda que uma decisão de Cunha nesse sentido seria improvável por ser irreversível.

— Seria uma tática quase que suicida. Até porque não dá para “desrenunciar” — afirmou o deputado do PSOL.

O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), admite que em caso de uma eventual renúncia, os aliados do peemedebistas poderiam pressionar para que a votação fosse adiada, mas que ele defenderá que se mantenha o julgamento na noite de hoje. Segundo técnicos da Casa, em tese, a renúncia não adia necessariamente a votação marcada para noite de hoje. Mas o plenário pode decidir neste sentido.

amazonianarede-agênciaoglobo

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