MANAUS, AM – Professores indígenas do município participaram durante toda a semana do último módulo de formação do curso de “Escrita e a Ressignificação dos Números”, oferecido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Para marcar o fim da capacitação, foi realizada, na tarde desta sexta feira, 16, cerimônia com a presença de educadores e alunos das escolas e espaços culturais da rede municipal.
O curso faz parte do Programa Nacional Saberes Indígena na Escola, que em Manaus é desenvolvido pela Ufam. De acordo com o chefe da Gerência de Educação Indígena, Rossini Maduro, a capacitação começou em 2015 e visa melhorar o conhecimento dos professores indígenas. Cinquenta e cinco profissionais concluíram o curso.
“O que nos motivou a fazer a formação foi a necessidade de repassar conceitos e conhecimentos pedagógicos, pois a maioria dos nossos professores indígenas não possui formação acadêmica, usa principalmente o conhecimento empírico de sua cultura e língua materna. Por isso, sempre estamos buscando parcerias para promover cursos, capacitações destes profissionais”, explicou.
O curso ajudou os profissionais a trabalhar com alunos indígenas monolíngues, bilíngues e multilíngues, ou seja, com estudantes que falam diversas línguas e que precisam ter o domínio da escrita, em diferentes línguas, para que uma não se sobreponha a outra, como afirmou o Presidente de Politicas Afirmativas e coordenador do projeto saberes indígenas na Ufam, Gersem Baniwa.
“Vejo a atitude da Semed como uma revolução histórica. Acho que a mudança de cultura, de pensamento, uma mudança de práticas politicas, e que a Prefeitura de Manaus, começa a garantir um espaço, um olhar especifico para este segmento da educação, que tem uma particularidade muito grande”, disse.
Ao total, o curso teve cinco módulos. Durante o ultimo foram trabalhadas também técnicas e metodologias voltadas a crianças indígenas. Para Joarlison Garrido, da etnia Cambé, professor da Escola Municipal Puranga Pisasú, no Rio Cuieras, área ribeirinha de Manaus, a capacitação trouxe crescimento profissional.
“O que mais me chamou atenção foi a discussão sobre as politicas públicas voltadas para educação indígena e, principalmente, as experiências pedagógicas que nos foram repassadas, pois apesar de sermos de diferentes etnias, devemos compartilhar conhecimento”, disse.
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