Amazonianarede com agência Reuters
São Paulo – O nível de atividade econômica do país apresentou recuo em setembro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, caiu 0,52% em setembro ante agosto, nos dados livres de influências sazonais.
Ainda assim, o resultado veio melhor do que a mediana das projeções de 22 analistas ouvidos pela Reuters, que previa queda de 0,6% no período, com estimativas variando entre quedas de 1,2% a 0,2%. Em agosto, o indicador havia subido 0,95% ante julho (dado revisado) – o melhor resultado em 10 meses.
No acumulado do trimestre findo em setembro é possível perceber ainda uma melhora da atividade econômica brasileira na segunda metade do ano: o índice somou alta de 1,15%, resultado superior ao visto no segundo trimestre do ano, de 0,6%.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br avançou em setembro 2,39% e, em 12 meses, acumula alta de 0,98%, de acordo com o BC. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia (serviços, indústria e agropecuária).
Preocupação
Analistas passaram a encarar com cautela a expectativa de uma retomada da atividade no final deste ano, após um início de 2012 fraco por conta da crise internacional. A indústria continua no topo das preocupações, depois de a produção do setor ter recuado 1% em setembro, no pior resultado em oito meses.
Além disso, o setor de varejo corroborou a falta de força da atividade, com as vendas avançando apenas 0,3% em setembro, a menor alta para esses meses desde 2005. E os analistas ainda preveem um crescimento pequeno das vendas no final deste ano.
Estimativas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, repetiu nesta semana que o crescimento econômico brasileiro voltou a avançar no segundo semestre deste ano, e terá condições de ficar acima de 4% em 2013. De acordo com relatório Focus do BC, analistas preveem que a expansão do PIB neste ano deve atingir apenas 1,54%. Para 2013, a perspectiva é de expansão de 4%. Essa incerteza sobre a recuperação fez com que o mercado reduzisse a projeção para a Selic em 2013, estimando agora que a taxa básica de juros permanecerá nos atuais 7,25% pelo menos até o final de 2013.