Brasília – O cerco da Operação Lava jato, continua se fechando em torno de importantes políticos brasileiros, o que está alterando o sistema nervoso de muitos que tem esboçando grandes reações, como as do senador Fernando Collor de Melo, que se diz injustiçado e humilhado.
Delator na operação Lava Jato, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo afirmou nesta quinta-feira 17, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu 5 milhões de dólares em propina para que um contrato de navios-sondas da Petrobras fosse viabilizado.
No depoimento, Camargo disse que encontrou pessoalmente com Cunha, em reunião que envolveu também o lobista Fernando Soares, conhecido como “Fernando Baiano”, um dos presos da Lava Jato.
O dinheiro teria sido pago, em nome de Cunha, ao doleiro Alberto Youssef. Segundo ele, o dinheiro seria utilizado em campanhas políticas e Youssef foi acionado porque a operação precisava ser feita com agilidade, e o doleiro tinha dinheiro disponível.
“Tivemos um encontro. Deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. […] Deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamento amistoso, dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de US$ 5 milhões”, enfatizou. Outros 5 milhões de dólares teriam sido pagos ainda a Baiano, que seria sócio oculto de Cunha.
“Ele [Cunha] estava em véspera de campanha, se não me engano, era uma campanha municipal… e ele tinha uma série de compromissos e que eu vinha alongando esse pagamento há bastante tempo e que ele não tinha mais condições de aguardar”, complementou Camargo sobre a abordagem feita supostamente pelo presidente da Câmara.
Amazonianarede-Carta Capital