Prefeitura estuda o uso de aplicativo pioneiro para a rede de saúde

Prefeitura estuda o uso de aplicativo pioneiro para a rede de saúde

Manaus, AM – Após três anos de intensa pesquisa, o projeto “Giulia – Mãos que falam” foi finalmente implantado nesta quinta-feira, 28/9, e Manaus se tornou a primeira cidade do mundo a contar com o uso da inteligência artificial em aplicativo para a inclusão de pessoas surdas. Em parceria com a empresa GBR Componentes da Amazônia Ltda, 200 kits de celulares e tabletes foram entregues pelo idealizador do projeto, o pesquisador Manual Cardoso, aos alunos do Instituto Felippo Smaldone, no Planalto, zona Centro-Oeste da capital. Paralelo a isso, a Prefeitura de Manaus já estuda a introdução da tecnologia na rede de saúde.

“Sou amazonense e não podia fazer essa estreia em outro lugar se não aqui, onde tudo começou e onde toda a tecnologia foi desenvolvida”, destacou o professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Manoel Cardoso. “Eu me sinto realizado, porque tenho a convicção de que servi de instrumento e tive a oportunidade de aprender mais servindo ao próximo”, completou emocionado.

O projeto Giulia foi desenvolvido para melhorar a comunicação em ambientes específicos como escolas, hospitais, delegacias e mais, totalizando 42 ambientes prioritários. Para usar o sistema, é necessário ter um celular ou smartphone fixado no pulso, que traduz os gestos da língua de sinais – Libras. Quando a pessoa surda movimenta o braço, o aplicativo fica lendo os sensores que definem esses movimentos e sintetiza em voz eletrônica o correspondente em português. O app também interpreta em Libras as palavras de uma conversa.

“Eu costumo dizer que nada se faz para eles sem a participação deles. Por isso, toda a plataforma foi criada tendo como base as principais dificuldades em comunicação relatadas pelas pessoas surdas em espaços públicos”, explicou Cardoso. “Não existe ferramenta mais eficaz de transformação de um indivíduo e de uma sociedade que a educação, então nos focamos fortemente nessa área”, finalizou.

Com 33 anos de existência na capital e presente em outras três cidades brasileiras, o Instituto Felippo Smaldone é uma escola especializada para crianças surdas e, atualmente, atende a 373 alunos, incluindo ouvintes, como maneira de integrar e ampliar o conhecimento da linguagem de sinais. “É uma oportunidade ímpar de os nossos alunos alcançarem melhores resultados, ampliando a socialização e o acesso à tecnologia”, comemorou a irmã Alessandra Farias, coordenadora local do Instituto.

Plataforma no Samu

Além dos avanços na educação, o “Giulia – Mãos que falam” contempla ainda outras áreas importantes. Na saúde, a Prefeitura de Manaus já estuda como implementar a plataforma no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nas Unidade Básicas de Saúde (UBSs), criando um ambiente mais favorável e um acesso mais simples às pessoas com deficiência auditiva.

“Foi uma determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto de que não somente apoiássemos o projeto, mas que de maneira muito célere estudássemos as possibilidades de incluirmos nossos serviços nessa magnífica plataforma”, destacou Marcelo Magaldi, que é secretário municipal de Saúde (Semsa), também presente no lançamento do projeto.

O aplicativo já vem com funções que poderão ser agregadas pelas unidades de saúde com o uso de QR Codes nas placas e outras comunicações visuais, que serão traduzidos em Libras.

Além disso, a prefeitura estuda a criação de uma Central de Mensagens no Samu, que vai possibilitar que, com um toque na tela do celular, a pessoa surda acione o serviço de emergência de maneira simples e segura.

Amazonianarede-Semcom

 

 

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