Praça da Matriz, a história viva da cidade de Manaus, será reinaugurada hoje a tarde com orações e shows musicais

Praça da Matriz, a história viva da cidade de Manaus, será reinaugurada hoje a tarde com orações e shows musicais

Manaus, AM – Espaço que transcende gerações e que marca uma mudança histórica no cotidiano da cidade, a Praça XV de Novembro, mais conhecida como Praça da Matriz, será novamente aberta ao público na próxima quarta-feira, 15/11, pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, depois de ter recebido as ações de revitalização da prefeitura. As obras representam o resgate e a valorização do Centro Histórico de Manaus.

Para o doutor em História Social, Otoni Mesquita, a origem da Matriz se mistura ao desenvolvimento da cidade. “Uma praça não é somente um elemento decorativo. Ela é, principalmente, para agregar e sensibilizar as pessoas, para que haja uma troca, uma conversa tranquila”, destacou ao falar sobre a importância da recuperação do espaço.

Do antigo fotógrafo de rua à tacacazeira, do vendedor de pipoca e rala-rala aos batizados nas manhãs de domingo, passado e presente se encontram.

Monumento histórico da capital

As marcas estão presentes em cada espaço desse grandioso monumento histórico da capital. “Eu cresci andando nessa praça, a foto do meu batismo foi aqui. Lembro até de quando era um menino, franzino e magrelo, ainda em 1969, e essas opulentas árvores eram do meu tamanho”, contou Mesquita.

A relação da Matriz com a história da capital amazonense começou em 1695, quando, logo após a fundação da cidade de Manaus, a Capela Nossa Senhora da Conceição – a Igreja Matriz – começou a ser construída por missionários carmelitas.

Ela foi a primeira grande obra arquitetônica construída na cidade e, segundo Otoni Mesquita, o próprio crescimento da praça se deve à construção da igreja. “Se formos analisar, a igreja era a única grande obra da cidade, tudo estava ao seu redor. Alguns anos depois surgiu o Teatro Amazonas, começando, então, a ramificar os interesses de lazer”, explicou o historiador.

A capela de formas simples e arquitetura rustica foi demolida para dar início a construção da atual Catedral Metropolitana de Manaus, ainda em 1855, mas sua inauguração só aconteceu mais 20 anos depois, no dia 15 de agosto de 1878.

Transformações

As principais transformações na Praça da Matriz, principalmente quanto ao aspecto urbanístico e cultural, ocorreram no governo de Eduardo Ribeiro, no período da República. O aterro do igarapé do Espírito Santo, que margeava uma das laterais da praça, e o chamado ‘embelezamento’ foi concluído em 1894.

“Naquela época havia um zelo todo especial com a cidade, pois a população era muito mais comprometida, havia vínculos afetivos com o espaço”, disse Mesquita, ao destacar sua infância brincando nos jardins e no orquidário.

Com as mudanças no regime político do País, a nomenclatura da praça mudava constantemente. “A praça se chamava da Olaria e também da Alegria. Depois o espaço passou a ter o nome Largo da Imperatriz, referindo-se a princesa Isabel. Com a República, veio o nome oficial Praça XV de Novembro, popularmente conhecida como Praça da Matriz”, detalhou doutor em História Social.

Monumentos

Na Praça da Matriz estão monumentos importantes que contam a história da cidade, como o Relógio Municipal, inaugurado em 1927, na gestão de Araújo Lima.

O maquinário foi todo importado da Suíça e montado em base de pedra, pelos antigos ourives da cidade de Manaus, conhecidos como Pelosi e Roberti. Todas as 101 peças do monumento foram restauradas, catalogadas e novamente montadas.

Já o obelisco comemorativo ao centenário da elevação de Manaus a categoria de cidade data de 1948.  E o Chafariz, a mais ornamentada fonte da Manaus Antiga foi instalada em 1896, vinda de Glasgow, na Escócia.

Por conta do encerramento das atividades do programa federal “Monumenta”, a fonte não foi contemplada nas obras de revitalização da Matriz e ainda será restaurada.

Benção e shows

A Praça será entregue à população com uma ‘Celebração de Benção’ e shows musicais. A programação se iniciará às 16h com a presença do Arcebispo Metropolitano de Manaus, dom Sérgio Eduardo Castriani, entre outros convidados.

Os cantores Lucilene Castro, Zezinho Correa e Nunes Filho se apresentarão no palco montado na lateral da avenida Eduardo Ribeiro, próximo ao Relógio Municipal.

A partir das 17h, o coral da escola Jackson Damasceno fará sua apresentação e, às 17h30, haverá o momento de celebração da reinauguração da praça, com os badalos dos sinos da igreja, às 18h, para em seguida ser realizado o descerramento da placa. Por volta das 18h20, Lucilene, Zezinho e Nunes voltam ao palco para continuar suas apresentações.

Amazonianarede

 

 

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