Português indigna ao oferecer valor por cada ‘cabeça de brasileiro decapitada’

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(Foto: Reprodução/X) Fonte: D24am. Leia mais em https://d24am.com/mundo/portugues-indigna-ao-oferecer-valor-por-cada-cabeca-de-brasileiro-decapitada/

Chamado de ʽxenófobo dos 500 eurosʼ, português perdeu emprego na padaria onde trabalhava após pressão da comunidade brasileira

Portugal – O Ministério Público de Portugal recebeu uma queixa-crime contra o cidadão português J. P. S. O., que publicou nas redes sociais um vídeo em que oferece 500 euros, o equivalente a R$ 3,1 mil, por cada “cabeça de brasileiro decapitado”. A gravação gerou indignação entre a comunidade brasileira residente em Portugal, estimada em 550 mil pessoas, e levou 39 advogados a formalizar denúncia.

Na queixa, os advogados pedem abertura imediata de inquérito, identificação completa do denunciado, apreensão e perícia do vídeo, além de medidas cautelares como proibição de publicar conteúdos de ódio e de manter contato com brasileiros.

Também solicitam retratação pública e responsabilização criminal exemplar. A acusação destaca que o vídeo incita à prática de violência extrema, configurando incitação ao homicídio, apologia de crime e discurso de ódio direcionado contra uma comunidade específica.

O documento aponta que as declarações podem se enquadrar em diferentes crimes do Código Penal português, como incitamento ao homicídio, ameaça, discriminação e incitamento à violência por nacionalidade, apologia pública ao crime e terrorismo. Os advogados citam ainda agravantes previstos na legislação, como motivação xenófoba, difusão em larga escala e risco de alarme social.

O vídeo gerou reações de entidades ligadas à comunidade migrante. “Mexer com brasileiro? Ele está ficando doido? Aqui, não. Zero tolerância”, disse Sônia Gomes, fundadora da Associação de Apoio a Emigrantes, Imigrantes e Famílias, que também vai formalizar queixa.

Juliet Cristino, do Comitê dos Imigrantes de Portugal, afirmou que é fundamental investigação das autoridades. “Quem não se revolta? A polícia precisa fazer algo, porque é crime e discriminação. Aumenta a violência e depois vão culpar os imigrantes”, declarou.

A presidente da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa, afirmou em rede social que o episódio é “a expressão mais perversa, violenta e criminosa do discurso anti-imigração, do racismo e da xenofobia”.

Após a repercussão, a padaria onde o homem trabalhava anunciou a demissão do funcionário. “Queremos deixar claro que a pessoa envolvida nos vídeos já não faz parte da nossa equipe. Não aceitamos nem compactuamos com qualquer forma de racismo”, informou a empresa.

Procurado, o Ministério Público de Portugal não se manifestou sobre o caso.

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Do R7 Portal d24am

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