Polícia divulga detalhes da ação criminosa dos assaltantes suspeitos do assassinato  da e britânica no Solimões

O delegado Barradas Junior, tenta explicar a ação criminosa

Emma Kelty fazia canoagem pelo Rio Solimões e foi morta durante assalto, diz polícia. Equipamentos usados por esportista vão passar por perícia técnica.

Amazonas – O delegado José Afonso Barradas Júnior explicou detalhes da dinâmica dolatrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou a esportista britânica Emma Kelty, assassinada enquanto fazia uma expedição pelo Rio Solimões, no interior do Amazonas, na última semana. Neste sábado (23), ele informou que os assaltantes chegaram a tentar afundar o caiaque da vítima e usaram uma canoa para transportar o corpo até o local onde foi jogado no rio. Sete suspeitos do crime foram identificados. Dois deles seguem foragidos.

A britânica praticava canoagem sozinha entre as cidades de Coari e Codajás, quando foi assassinada. A morte foi confirmada pela Polícia Civil na tarde da terça-feira (19), mas o corpo ainda não foi encontrado. A Marinha e Corpo de Bombeiros já suspenderam a procura com mergulhadores. A polícia continuará com buscas de superfície contando efetivo da Polícia Civil dos municípios de Coari, Codajás e Anori.

Em entrevista neste sábado, o delegado José Afonso Barradas Júnior mostrou o caiaque utilizado por Emma durante sua viagem. O equipamento foi recuperado pela polícia.

“É um material que não afunda. Eles tentaram cortar com um terçado que ela tinha para procurarem os objetos que estavam dentro e também para afundar o caiaque, como é possível ver”, disse Barradas.

O delegado de Coari disse ainda que a polícia também encontrou comida industrializada dentro do caiaque de Emma. O alimento foi visto em vídeos gravados no cartão de memória da máquina fotográfica da britânica.

Emma Kelty esportista britânica assassinada

A canoa utilizada pelos criminosos para chegar ao local em que Emma estava também foi recuperada. Barradas conta que ela foi usada para levar a britânica para o rio, onde teve o corpo jogado pelos homens. “Eles colocaram o corpo, afastaram para o rio e a jogaram”, disse.

Barradas explicou que a polícia deve usar um material chamado de “luminol” para que vestígios de sangue sejam encontrados na canoa, já que Emma sangrava no momento em que foi jogada. Segundo ele, todos os materiais recuperados devem ser encaminhados para perícia para que possíveis novas provas do crime possam ser localizadas.

O crime

Quatro suspeitos foram detidos, entre eles um adolescente de 17 anos. Outro morreu no hospital de Coari, após ser baleado por um grupo rival. De acordo com a polícia, ainda são procurados: Erimar Ferreira da Silva, o “Chico”, e Nilson Ferreira da Silva, conhecido como “Zé Preto”.

O crime começou a ser apurado no dia 13 deste mês, por volta das 22h, quando uma empresa ligou para o Comando do 9° Distrito Naval (Com9ºDN) informando que o localizador de emergência da britânica havia sido acionado.

No dia seguinte, a Marinha do Brasil iniciou as buscas. Já na tarde de sexta-feira, dia 15, alguns objetos que seriam de Emma, como roupas, sapatos e o caiaque foram encontrados na Comunidade Lauro Sodré. Além disso, durante as buscas, foram recuperados um celular, uma câmera e um chip eletrônico roubados da vítima.

Buscas por foragidos

O delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Frederico Mendes, disse que irá encaminhar à Polinter o mandado de prisão dos dois envolvidos que ainda não foram presos. O objetivo, segundo ele, é fechar o cerco aos suspeitos caso eles tenham fugido para estrados vizinhos.

“A Polinter, nossa polícia de captura, vai disparar para todos os estados vizinhos o mandado de prisão e, logicamente, com a foto desses dois meliantes que praticaram desse crime bárbaro”, disse. O delegado informou, ainda, que a população pode contribuir com informações pelo 181.

Na manhã deste sábado, a polícia apresentou à imprensa objetos utilizados pela britânica, como celular e máquina fotográfica, além da canoa utilizada pelos suspeitos no crime. Na delegacia, nenhum dos suspeitos detidos quis comentar as acusações.

Últimas postagens

Nas últimas postagens que fez nas redes sociais sobre a viagem, Emma falou das dificuldades ao descer o rio e fez piada sobre os alertas que havia recebido do risco de seguir o trajeto sozinha. No dia 10 de setembro, ela postou no Twitter: “Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal”.

Material roubado apreendido

A última postagem da atleta na rede social foi na madrugada de quarta-feira, 13 de setembro. “Uma mudança dramática em apenas um dia, mas o rio é assim mesmo. Cada quilômetro é diferente, e só porque uma área é ruim não significa que…”.

Segundo escreveu em um blog, o plano era descer o rio “sem apoio ou assistência”. A postagem foi feita em 9 de agosto, quando ela ainda estava em Iquitos, no Peru. No fim do texto, disse que estava ciente das dificuldades, mas que não tinha nenhum arrependimento.

Amazonianaerede-Rede Amazoica

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.