Pode está perto do fim  o pagamento da passagem de ônibus com dinheiro em Manaus

O  Sinetram garante que possui tecnologia 100% funcional para esse tipo de serviço. Para a entidade, essa é a única alternativa de reduzir as estatísticas relacionadas a assaltos dentro dos  coletivo.

Manaus, AM – O fim  do pagamento com dinheiro a passagem de ônibus em Manaus, pode estar com os dias contados , devido aos inúmeros assaltos diários a ônibus, e poderá decretar o fim dessa modalidade de pagamento.

Não há prazo para que o pagamento de passagens de ônibus do sistema de transporte coletivo de Manaus seja feito apenas com o cartão passa-fácil, mas o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) informou, na última segunda-feira (24), que possui tecnologia 100% funcional  para esse tipo de serviço. Para a entidade, essa é a única alternativa de reduzir as estatísticas relacionadas a assaltos dentro dos coletivos.

A medida, mais uma vez destacada pelo Sinetram na última semana em reunião realizada para tratar sobre o aumento da segurança nos coletivos com o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP/AM), Comando da Polícia Militar e Câmara Municipal de Manaus (CMM), será debatida novamente no próximo dia 31. Conforme o sindicato patronal, na ocasião, todos os órgãos que estiveram presentes no último encontro irão apresentar suas propostas.

Com medo de que a medida tire o emprego dos cobradores, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus (STTRM) tenta inviabilizar a iniciativa, mas o Sinetram garante que a função continuará sendo necessária nos ônibus. “Todos os cobradores permanecerão como ‘fiscais de bordo’”, explicou em nota, destacando ainda que a população será ouvida, o que depende da iniciativa das autoridades gestoras do sistema de transporte.

Acesso aos créditos

Para os usuários, se o fim do pagamento de passagens de ônibus em dinheiro realmente coibir os assaltos, como vem sendo defendido, a alternativa é bem-vinda. Contudo, antes de ser implementada, o cidadão tem que ter melhor acesso aos créditos. “Acredito que sem dinheiro nos ônibus  os assaltos diminuirão. O problema é a fila para colocar crédito no cartão passa-fácil. Se pudéssemos recarregar direto no coletivo seria melhor”, disse a atendente Arlene de Souza Salles, 47.

A venda de créditos é a principal preocupação dos usuários do sistema de transporte coletivo. O autônomo Ribamar Ferreira Cruz, 44, disse que ouviu muitas pessoas reclamarem da quantidade de pontos quando o Sinetram implantou um projeto piloto na linha 050, com trajeto entre o bairro Novo Aleixo e o Terminal 3 na Cidade Nova, ambos na Zona Norte. “Ninguém quer enfrentar fila nos terminais para colocar crédito quando pode pagar com dinheiro na hora”, destacou.

Política

O programa “Ônibus Seguro”, que prevê o fim do dinheiro nas catracas,  foi debatido pelos vereadores na sessão plenária de ontem na Câmara Municipal de Manaus (CMM).

A indicação para realizar o programa foi do parlamentar Gedeão Amorim (PMDB) em fevereiro deste ano.

Cartão-cidadão

O usuário que quiser ter o cartão cidadão para usar nos ônibus do sistema de Manaus deve se dirigir a um dos postos de atendimento do Sinetram e apresentar o RG e CPF. A emissão da primeira via do cartão é gratuita, a partir da segunda via o usuário paga R$ 15.

Números

Ao todo, 1.815 assaltos a coletivos foram registrados entre janeiro e junho deste ano, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas.

Quanto aos pontos de venda de créditos, o órgão conta com 117 espalhados pela cidade.

Cartão Passa Fácil

A Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) informou que incentiva o uso dos cartões Passa-Fácil para o pagamento da passagem do transporte coletivo, mas a retirada total do dinheiro dos ônibus foi um projeto proposto pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) que ainda está em discussão.

O assunto vem sendo acompanhado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM). A promotora Sheyla Andrade, disse que as discussões estão no início e é provável que sejam realizadas audiências públicas com participação da população para se discutir a questão.

Nesse primeiro contato com o MP, as entidades e órgãos apresentaram alguns dados sobre a violência nos coletivos, mas as discussões devem ser aprofundadas nos próximos meses.

Câmara discute o futuro do sistema

O vereador Gedeão Amorim (PMDB), autor do requerimento para a discussão do fim do uso de dinheiro nas catracas, destacou que os cobradores serão adaptados para outras funções e não ficarão desempregados.

“As atividades vão mudando ao longo da história. […] Não quer dizer que ele não será reaproveitado em outra atividade do próprio setor da empresa”, disse. De acordo com ele, a prefeitura irá orquestrar para que a adaptação dos cobradores seja efetuada pela empresa.

Gedeão ressalta as estatísticas apresentadas em Campo Grande (MS) que reduziu o número de assaltos consideravelmente. “Quem assalta os ônibus são menores, usuários de drogas, que precisam de pouco dinheiro, o maior atrativo parece ser dinheiro, claro que tem os objetos também, não estou dizendo que nós não tenhamos ainda algum acontecimento, mas as estatísticas é que diminui em 80% dos casos”, afirmou.

Já o vereador Jaildo dos Rodoviários (PCdoB) planeja para a próxima segunda-feira fazer uma campanha nos principais terminais de ônibus a partir das 14 horas para uma consulta à população para saber a opinião sobre o assunto. “Eu sou contra essa proposta, vou fazer a indicação para a que a Prefeitura reveja essa situação. […]

A gente não é contra a tecnologia, mas isso é uma desculpa que o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas) está dando que é por conta do dinheiro que está tendo assalto”, expôs.

Para Jaildo, o programa mascara apenas a questão das empresas lucrarem com a mudança. “Eles (empresários) querem lucrar muito mais do que já lucram. Não sou contra os empresários, mas eles querem explorar o cidadão de Manaus para ganhar muito mais com o cartão. A questão deles não é a segurança e sim mais lucro”, frisou.

Amazmnianafrede-Acritica

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