Pescadores lançam campanha contra comercialização do pirarucu

O Pirarucu é um dos peixes mais nobres da Amazônia e é protegido por Lei

 

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Pescadores participam de ação no interior do Amazonas (Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá)

Amazonas – Um grupo de pescadores lançou uma campanha contra a comercialização ilegal do pirarucu. O peixe é um dos maiores de água doce do país. No estado do Amazonas, no entanto, sua pesca e comercialização são autorizadas pelo Ibama apenas quando provenientes do manejo participativo ou da criação em viveiros.

A proibição, no entanto, não tem conseguido barrar o avanço da venda ilegal do produto, o que vem preocupando os pescadores e manejadores da região.

Na região do Médio Solimões, os manejadores se organizam para a realização de feiras nas sedes dos municípios de Tefé, Alvarães e Maraã.

Com o apoio do Instituto Mamirauá, os grupos organizam a feira para venda do produto manejado e para lançar a campanha “Pirarucu, só se for legal”, incentivando a comercialização de peixe legal no Amazonas. A primeira feira acontece no município de Tefé nos dias 14 e 15 de outubro.

Serão realizadas palestras nas escolas públicas do município sobre o manejo participativo do pirarucu e sobre os prejuízos da comercialização ilegal do peixe.

Números

O Pirarucu é um dos peixes mais nobres da Amazônia e é protegido por Lei
O Pirarucu é um dos peixes mais nobres da Amazônia e é protegido por Lei

Em 2016, cerca de 9.500 kg de pirarucu ilegal foram apreendidos pelos órgãos fiscalizadores na região do Médio Solimões. Os dados são das apreensões realizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Tefé, pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar.

A autorização para a pesca manejada é concedida uma vez ao ano, pelo Ibama, em uma tentativa de controlar a exploração indiscriminada da espécie. Desde 1996, a captura e comercialização do pirarucu é proibida no estado do Amazonas pelo Ibama, com exceção daquela proveniente do manejo ou de viveiros. A época, corria o risco de extinção em função da exploração desordenada.

Todos os anos, os grupos das Reservas Mamirauá e Amanã envolvidos no manejo se dedicam à atividade, que segue um protocolo para a garantia da sustentabilidade da pesca, sem prejuízos ao meio ambiente, como o crescimento dos estoques pesqueiros nas áreas, aliada à geração de renda para os manejadores.

No último ano, foram comercializadas 615 toneladas de pirarucu manejado, equivalente a mais de onze mil peixes, que representaram 88,5% da quota autorizada para o ano pelo Ibama.

Esse trabalho resultou num retorno de mais de dois milhões e quinhentos mil reais em faturamento total para os grupos participantes da atividade. Para o manejo de 2016 foi autorizada a quota de captura de 14.495 peixes, referente às onze áreas de manejo localizadas nas Reservas Mamirauá e Amanã, além do setor Capivara, que fica fora do limite das reservas.

O pirarucu (Arapaima gigas) está na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), que representa um dos principais acordos internacionais para a conservação de espécies ameaçadas pelo comércio e regulamenta a exportação ou importação das espécies listadas.

No Amazonas, pescar, transportar ou armazenar pirarucu sem a autorização do Ibama é crime ambiental que pode levar à multa de R$700 a R$100 mil e mais R$20 por kg de peixe apreendido, de acordo com a legislação.

Amazonianarede-Rede Amazonica

 

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