Peru -O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, concedeu indulto ao ex-líder autoritário Alberto Fujimori no fim desse domingo (24), provocando confrontos nas ruas, na véspera do Natal. Os opositores disseram que a medida foi parte de um acordo político.
A decisão livra Fujimori de condenações por crimes contra os direitos humanos e de corrupção no período em que governou o país, entre 1990 e 2000, e pode definir o legado de Kuczynski, reescrevendo as alianças políticas.
Pelo menos dois ministros do gabinete de Kuczynski contrários ao indulto disseram ao presidente que querem renunciar. O presidente pode reestruturar seu ministério no início desta semana, disse uma fonte governamental.
Dois parlamentares do partido governista deixaram a legenda, enquanto o grupo político do presidente planeja os próximos passos.
Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street que prometeu não dar indulto a Fujimori quando era candidato, baseou sua decisão em uma análise médica que apontou que Fujimori sofre de “uma doença degenerativa progressiva e incurável”, de acordo com comunicado do gabinete presidencial.
No final do domingo, Fujimori foi levado da prisão para o hospital de ambulância, para tratar de uma queda na pressão arterial e uma arritmia cardíaca.
Muitos no Peru viram o indulto como parte de um toma lá dá cá. Três dias antes, partidários de Fujimori, liderados pelo filho do ex-líder autoritário Kenji, que é parlamentar, salvaram Kuczynski de forma inesperada, em uma votação no Congresso que poderia tirá-lo do cargo.
Amazonianarde-Agr.Brasil/Reuters