Parque do Mindu, em Manaus, será entregue revitalizado e com nova sinalização bilíngue

02-06minduManaus – O Parque Municipal do Mindu, unidade de conservação gerida pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), será entregue à população revitalizado e com a sinalização renovada, nesta quinta-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. A data é simbólica e foi escolhida como ponto alto da programação da Semana do Meio Ambiente 2014, elaborada pela Semmas, pela importância ambiental do parque. O parque teve as suas estruturas físicas readequadas e passou também por um processo de recomposição do seu paisagismo interno, revelando a beleza das trilhas que são destaques na unidade.

Com pouco mais de 40 hectares, o Parque do Mindu integra o Corredor Ecológico Urbano do Igarapé do Mindu, tendo uma importância fundamental na conectividade entre fragmentos florestais urbanos vivos. Eleito pelo prefeito Arthur Virgilio Neto, como um dos Parques da Copa, o Mindu recebeu uma atenção especial nesse processo de revitalização, financiado unicamente com recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (FMDMA) e compensações ambientais provenientes de licenças ambientais e Termos de Ajustamento de Conduta Ambiental.

O Parque do Mindu recebeu obras de infraestrutura, pintura de estruturas físicas (auditório, biblioteca, anfiteatro, chapéu de palha, orquidário, passeios públicos), drenagem, instalações elétricas e hidráulicas, nova sinalização (mais de 220 placas em português/inglês) e revitalização de pontes e trilhas. “O nosso objetivo foi promover o resgate dessa Unidade de Conservação tão importante e que há mais de cinco anos não recebia ações de manutenção, que fizessem com que população e visitantes adotassem um novo olhar sobre ela, e o momento da Copa do Mundo não poderia ser mais propício a isso”, avalia a secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt.

Segundo ela, essa preocupação de promover o resgate e a reaproximação do parque com a cidade tem sido uma marca da atual gestão, com a realização de projetos culturais, eventos educativos e de pesquisa, envolvendo principalmente as escolas e comunidades do entorno.

Para isso, era necessário que o parque estivesse com as suas estruturas adequadas. Anfiteatro, auditório, Chapéu de Palha, cercas externas estruturadas e pintadas, guarita, orquidário, trilhas, pontes suspensas, tudo foi preparado para melhor receber o visitante. De acordo com a secretária Kátia Schweickardt, além das informações sobre as espécimes da fauna e flora amazônicas, o visitante poderá também apreciar apresentações artísticas e culturais, exposições, durante todo o ano.

Na reinauguração, será aberta a mostra Expo Sauim-de-Coleira, Um Cidadão Amazonense em Perigo, que retrata a espécie endêmica Saguinus bicolor, criticamente ameaçada de extinção e que tem no Parque do Mindu um dos seus principais abrigos. A mostra ficará em cartaz durante um mês no parque e terá um caráter itinerante, percorrendo todas as unidades de conservação municipais, além de escolas e universidades. Também no dia 5/06, haverá apresentações do grupo de teatro Faz de Conta, do Centro Municipal de Arte e Educação Nelson Neto (às 10h30), na Praça da Paz, e do grupo do curso de Artes Cênicas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), às 14h30, no Anfiteatro.

Histórico

Localizado na Rua Perimetral, s/n/, no Parque Dez de Novembro, o Parque Municipal do Mindu nasceu de um movimento dos moradores do entorno como forma de proteger o fragmento (de matas primária e secundária) contra a ação de invasores em 1989.

O movimento contou, na época, com o apoio decisivo do então prefeito Arthur Virgílio Neto, que contribuiu para a criação do Parque, num momento em que houve a participação de toda a sociedade cientifica, ambientalista e movimentos populares. A iniciativa abriu o caminho para a instituição do parque por meio de decreto lei municipal em 1993 e a sua estruturação, a partir do início da sua construção. O parque possui área total de 40,8 hectares.

A história do Parque Municipal do Mindu tem suas raízes nos anos de 1940, quando da instalação da gruta em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes, às margens do igarapé que dá nome ao Parque, pela então proprietária (já falecida) da área conhecida naquele momento como Sítio da Pedreira. Com a venda da propriedade, no início de 1960, para os Padres Redentoristas da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (freqüentado pela antiga proprietária, Dirce Ramos, devota de Nossa Senhora), o local passou a ser utilizado como retiro para a Comunidade Salesiana, que desenvolveu diversas atividades na área, como o plantio de árvores frutíferas e cultivo de hortaliças.

No final dos anos 60 e início de 1970, com a construção do Conjunto Residencial Humberto de Alencar Castelo Branco e as invasões nas adjacências, o igarapé do Mindu começou a apresentar sinais de poluição, decorrentes, principalmente, dos esgotos domésticos e resíduos sólidos lançados diretamente sobre o seu leito. Em 1975, com o aumento da poluição do igarapé do Mindu, já considerado desde esta época impróprio para a balneabilidade, o terreno foi vendido para o Ministério da Fazenda, que o incorporou à área verde da cidade de Manaus.

Abandonado pelo Ministério da Fazenda, a área passou a ser alvo de interesses imobiliários e dos processos de invasões e desmatamentos. Contrários a esta situação, em 1989 os moradores do bairro Parque Dez de Novembro iniciaram um movimento popular, visando à defesa e preservação do local, que culminou no seu posterior reconhecimento como área protegida do município de Manaus.
Em 18 de março de 1992, com a visita da primeira ministra da Noruega, Gro Harlem, por meio do gesto simbólico do plantio de uma muda de Sumaúma (Ceiba pentandra), inaugurou-se, o que é considerado o “marco legal” para a criação do Parque.

Em maio deste mesmo ano o Parque recebeu a visita de 142 adolescentes de 44 países, integrantes do “Projeto Gaia (Mãe Terra)”, que permaneceram durante três semanas na área realizando serviços de limpeza, construção de pontes, abertura de trilhas interpretativas e construção do Monumento da Fertilidade, utilizando pedras enviadas por crianças de vários países.

Por: Júlio Pedrosa de Oliveira – Ascom

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