Texas, USA – Ao menos cinco pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas após uma forte explosão ocorrida numa fábrica de fertilizantes próxima à cidade de Waco, no Estado americano do Texas, na noite de quarta-feira (17).
A explosão, que ocorreu por volta das 19h50 (21h50 de Brasília), fez dezenas de prédios da cidades desabarem e foi registrada como um pequeno terremoto.
Muitos moradores, alguns até de cidades vizinhas, relatam terem testemunhado o momento da explosão e as cenas de horror que se seguiram, descrevendo-as como “cenário de guerra” e comparando-as com a passagem de um tornado.
Veja alguns deles:
William Snider, morador de Tours
Sou encanador e estava na vizinhança uma hora antes de começar a mexer em um aquecedor de água. Esperávamos que chovesse, e eu achei que havia ouvido um trovão, e, logo depois, havia água no meu para-brisa.
Moro em Tours, cerca de 8 quilômetros de Waco, e a água era dos bombeiros que estavam tentando conter o incêndio. Quando tudo explodiu, essa água foi lançada a cerca de 6 quilômetros de distância.
Eu consigo ver as chamas da minha casa. É a pior coisa que já aconteceu na região. A fumaça tóxica é como se fosse uma névoa. Há muitos helicópteros tirando as pessoas do local e muitos helicópteros ajudando a iluminar o prédio para ajudar os bombeiros. Parece um cenário de guerra.
Meu ajudante mora do outro lado da rua, a uma quadra da fábrica. Sua casa foi incendiada, seus pais ficaram feridos, eles têm cortes e hematomas causados por cacos de vidro.
De repente, ouvi um som de explosão muito alto. A porta de vidro voou longe e caímos do sofá. Assim que recuperamos nossos sentidos, percebemos que aquela explosão tinha ocorrido próximo a um asilo de idosos.
Minha cunhada tinha ido até essa casa de repouso, porque tem um parente lá e, então, nós saímos atrás dela. Ao sair, percebemos uma nuvem de escombros e fumaça preta. As pessoas tinham as mãos na cabeça e estavam sangrando. Alguns tinham partes do corpo quebrados e havia mulheres segurando seus bebês.
Pegamos algumas pessoas que tinham saído do asilo – que desabou totalmente – e os colocamos no carro para levá-los até um local seguro. Era como um cenário de guerra. Vimos pessoas se jogando sobre os carros em movimento para que pudessem sair dali. Vimos janelas se estilhaçando em casas localizadas até quatro ou cinco quadras da fábrica. Qualquer coisa próxima ao local da explosão ficou completamente destruído, queimado ou demolido.
Erick Perez, testemunha
Eu estava a cerca de 70 metros da explosão. Estávamos jogando basquete e aí nos disseram para sair da escola. Saímos, e ficamos ali vendo o incêndio, e, logo depois, uma grande explosão aconteceu. Saímos correndo dali o mais rápido possível.
Era uma força com uma pressão gigantesca que me puxava para trás, e havia fragmentos da explosão voando em todas as direções. Eu ainda estou abalado. Não parei de tremer desde que tudo aconteceu. É provavelmente a pior coisa que já vi em toda a minha vida.
William Burch, morador vizinho ao local
Estávamos em casa, a 6,5 quilômetros de distância, quando ouvimos a explosão e saímos correndo. Olhei para cima e vi uma nuvem de fumaça, e disse para todos “temos que ir”. Acabamos indo para a casa de repouso.
Quando chegamos lá, estava completamente caótico. Eles ainda nem estavam sabendo como lidar com a situação, então minha mulher, que é enfermeira reformada da Força Aérea, entrou em uma ala e eu entrei em outra.
Quando eu entrei lá, havia algumas pessoas em cadeiras de rodas e outras estavam trancadas em seus quartos. Havia paredes caídas, os corredores estavam cheios de escombros, vazamentos d’água. Andávamos dentro d’água. Havia fios soltos, e esvaziamos toda uma ala assim que conseguimos retirá-los.
Fonte – iG
