Palco das decisões da Copa, Lyon elevou o futebol feminino e se tornou exemplo para o mundo

Palco das decisões da Copa, Lyon elevou o futebol feminino e se tornou exemplo para o mundo

Clube francês investiu em estrutura, base, alcançou hegemonia na Europa e paga os três maiores salários da modalidade. Até mesmo as estrelas americanas se renderam

Nos próximos dias, a Copa do Mundo tem endereço fixo. O estádio de Lyon receberá as semifinais e a final do torneio e algumas das principais estrelas da competição. A escolha da cidade, a terceira maior da França, não foi feita por acaso. Antes mesmo da Copa, o palco já havia se tornado emblemático para o desenvolvimento do futebol feminino. E se tornou também referência para o restante do mundo.

O time feminino do Lyon virou uma potência na última década. Chama atenção por sua força, seu trabalho estrutural e, principalmente, por sua dominância. Uma hegemonia em principais torneios que chama atenção, poucas vezes vista no âmbito esportivo em geral.

Um trabalho que busca excelência e une, desde a base, as estruturas do futebol masculino e feminino. Todos têm acesso às mesmas condições de trabalho e desenvolvimento.

As semifinais da Copa começam a ser disputadas nesta terça-feira. O primeiro jogo será entre Estados Unidos e Inglaterra. Na quarta, é a vez de Holanda e Suécia. Ambos os duelos serão às 16h (de Brasília), com transmissões do GloboEsporte.com e do Sportv.

 A hegemonia contada em taças

Para se ter uma ideia, o time feminino do Lyon é 13 vezes campeão francês. No torneio nacional, perdeu apenas dois jogos nas últimas nove temporadas. Em 2011, ganhou seu primeiro título da Liga dos Campeões. Desde então, empilhou outros cinco – sendo quatro nos últimos anos, de forma consecutiva.

 Como se tornou referência?

O sucesso do Lyon passa pela determinação e a vontade do seu presidente, Jean-Michel Aulas. Foi ele quem lançou a empreitada em 2004, já com a intenção de formar um time forte e ”estrelado”. E assim tem sido.

Atualmente, a principal atleta do time é a norueguesa Ada Hegerberg, primeira vencedora da Bola de Ouro Feminina. Ela não está na Copa por escolha própria, quis protestar contra a federação de seu país.

Além dela, o Lyon tem em seu plantel a estrela inglesa Lucy Bronze e toda a base do time nacional francês. O desenvolvimento do clube está diretamente ligado com o avanço do futebol feminino na França de modo geral.

– O Lyon ao menos buscou colocar o futebol feminino no lugar onde merecemos estar – disse Ada Hegerberg , recentemente, à imprensa francesa.

 Até as estrelas americanas vieram para o Lyon

Ao longo dos últimos anos, uma mudança de cenário dentro no mercado da modalidade expôs ainda mais o patamar alcançado pelos projeto do Lyon: foi a chegada de atletas de ponta dos Estados Unidos ao clube.

Algo, de certa forma, impensável dado a força e a estrutura de ponta da liga americana. A lista de atletas dos Estados Unidos que passaram pelo time francês conta com ninguém menos que as duas estrelas Alex Morgan e Megan Rapinoe.

Ambas têm sido fundamentais e decisivas na campanha dos Estados Unidos até a semifinal. A goleira Hope Solo também passou por lá.

– Esse estádio e essa cidade me trazem grandes memórias. É ótimo voltar aqui. O Lyon é um clube de primeira linha em termos de estrutura, equipe, estádio. Estar aqui me lembra momentos importantes que vivi – disse Alex Morgan, neste domingo.

O investimento trouxe grandes atletas e, consequentemente, os títulos. E foi a fórmula para o sucesso que se transformou em uma espécie de círculo vicioso. Hoje, jogar no Lyon é considerado uma experiência enriquecedora para atletas do mundo inteiro.

 Os três melhores salários

O presidente do Lyon reitera ter um compromisso também no âmbito financeiro com a equipe feminina. O time francês paga consideravelmente melhor do que a maioria dos clubes. Estão em seu plantel as três jogadoras de futebol mais bem pagas do mundo: Ada Hegerberg, Amandine Henry e Wendie Renard.

O maior montante é de Ada Hegerberg, que fatura cerca de 400 mil dólares – muito menos se ainda comparado com o que se ganha os maiores astros do masculino, mas é uma mudança de patamar.

As semifinais e as finais da Copa serão no estádio do Lyon. De fato, não foi uma escolha feita por acaso. A Fifa, cada vez com um olhar mais atento ao futebol feminino, espera que a cidade e seu clube sirvam de exemplo. Resta saber, após o Mundial, se outros clubes vão querer seguir o exemplo.

Amazoninarede-GE

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.