Omar Aziz inaugura complexo para pacientes que viviam no Hospital Eduardo Ribeiro

Manaus – O governador Omar Aziz inaugurou na manhã desta quarta-feira, dia 26 de fevereiro, no bairro de Santa Etelvina, zona norte, o Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya.

O complexo de oito casas foi projetado para receber os 32 pacientes que ainda vivem no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro que se encontra em processo de desativação. O lar funciona integrado ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Silvério Tundis, que passou por uma ampla reforma e também foi reinaugurado nesta quarta-feira.

Segundo o governador, trata-se de um novo marco na política de Saúde Mental no Estado por acabar com as internações no hospital psiquiátrico. “Graças a Deus, a gente está desativando aos poucos o hospital psiquiátrico Eduardo Ribeiro.

Aquele tipo de tratamento que era dado não é mais aconselhado hoje. Temos que ter esse tipo de estrutura no sistema”, observou o governador.

O hospital psiquiátrico deverá ser totalmente desativado num período de seis meses. Hoje ainda funciona no local o Pronto-Atendimento Humberto Mendonça, serviço que funciona 24h, todos os dias da semana, prestando atendimento de urgência e emergência psiquiátrica. Dentro de seis meses, essa assistência será prestada na rede de urgência e emergência, enquanto o atendimento ambulatorial já é feito nos CAPS. Em todo o Estado existem hoje 18 CAPS, sendo três em Manaus. Até o fim do ano estão previstos 14 CAPS na rede que funciona integrada com a Prefeitura de Manaus.

Rede de Atenção em Saúde Mental – Omar Aziz destaca que o Governo vem trabalhando em parceria com as prefeituras da capital e do interior do Estado, na estruturação da Rede de Atenção Psicossocial em Saúde Mental, com ações que visam a superação do modelo de assistência, que tinha como principais referências, o hospital psiquiátrico e a internação manicomial. “Em breve, estaremos inaugurando o primeiro Centro de Reabilitação em Dependência Química da rede pública no Estado, mais um serviço que passará a integrar a Rede de Atenção em Saúde Mental, oferecendo uma alternativa de tratamento, de recuperação e de reinserção social de pessoas que enfrentam o problema da dependência do álcool ou de outras drogas”, ressaltou o governador.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, entre obras e equipamentos, foram investidos R$ 5 milhões no SRT Rosa Blaya e na reforma do CAPS e ainda serão gastos R$ 1,2 milhão por mês para manutenção dos serviços. “O Governo do Estado entrega hoje o CAPS que foi reconstruído e ampliado com a criação de todas as ambiências necessárias para o tratamento da pessoa com o agravo da saúde mental e mais as unidades de residência terapêutica destinada àqueles que ainda estavam no Eduardo Ribeiro e que não foi possível fazer a ressocialização deles às suas famílias e à sociedade. O Estado assume essa função e eles passam a viver aqui com toda a dignidade que o ser humano precisa, com cuidadores 24 horas e atenção psiquiátrica e psicológica do CAPS”, disse Alecrim.

O novo serviço, segundo o secretário, faz com que o Estado avance no que estabelece a Lei Federal 3090/2011, que instituiu a Rede de Atenção Psicossocial, e Lei Estadual 3177/2007, que previu a desativação progressiva do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, à medida que a rede de atenção diária à saúde mental fosse se consolidando. “Estamos saindo de uma política de saúde mental inadequada que eram os chamados manicômios para uma nova situação que é aquela que deva dar atenção às pessoas com problemas mentais. Em primeiro lugar para que não precisem ser internadas e, se precisarem, que seja com dignidade”, completou.

Estrutura – A coordenadora estadual de Saúde Mental, Lourdes Siqueira, explica que os SRTs são residências localizadas em espaço urbano, construídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, principalmente aquelas oriundas de internação psiquiátrica prolongada. O processo de reabilitação psicossocial dos moradores da SRT, diz a coordenadora, deve buscar a inserção dos mesmos na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade, visando à progressiva inclusão social.

O SRT Lar Rosa Blaya é formado por um conjunto de oito casas, cada uma delas projetada para abrigar cinco pacientes. Todas as casas são dotadas de dois quartos, sala de estar/jantar, cozinha, banheiro e área de serviço e foram mobiliadas (com móveis e eletroeletrônicos) para todo o conforto dos residentes. “O complexo dispõe, ainda, de um espaço comum de convivência para os moradores, que inclui jardim, horta e ‘chapéu de palha’, para realização de atividades sociais ou psicoterapêuticas”, detalha Lourdes.

Suporte profissional – Os SRTs contam sempre com o suporte profissional, de caráter interdisciplinar, que considera a singularidade de cada um dos residentes, com programas terapêuticos individualizados. Esse suporte é dado por serviços vinculados que podem ser um CAPS de referência ou outra equipe de saúde da Atenção Básica. “O Lar Rosa Blaya foi construído estrategicamente ao lado do CAPS Silvério Tundis, que será a unidade de referência para esse acompanhamento”, ressalta Lourdes Siqueira.

Funcionando em regime de 24 horas e prestando atendimento às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, o CAPS Silvério Tundis passa a oferecer um ambiente mais acolhedor e melhor estruturado, para a correta execução do projeto terapêutico de um CAPS do tipo III, que é a classificação da unidade. No CAPS os usuários encontram um modelo de atenção que prevê o acompanhamento por uma equipe completa de profissionais especializados e também um conjunto de atividades de reinserção social, pelo acesso às oficinas terapêuticas, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Foto – Alex Pazuello / AGECOM

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