Olimpíadas podem passar a ser realizadas em mais de uma cidade-sede

09-12olimpiMônaco – O Comitê Olímpico Internacional aprovou nesta segunda-feira a primeira de uma série de medidas que, juntas, devem representar a maior mudança do COI em décadas.

A proposta, já aprovada, diz respeito a um novo processo de candidatura olímpica para cidades-sede que promete deixar o sistema mais flexível e econômico.

Serão aceitas candidaturas conjuntas de mais de uma cidade-sede ou até de mais de um país. A mudança valerá a partir da escolha da sede das Olimpíadas de 2024, o que ocorrerá em 2017. Os Jogos de 2020 já têm sua sede escolhida, Tóquio.

A mudança, aprovada pelo COI por unanimidade, vale tanto para as Olimpíadas de verão como de inverno. A medida pretende reduzir custos, reaproveitando instalações já existentes.

Com o novo sistema, as candidatas a sede poderão expor seus planos ao COI antes da candidatura oficial, adaptando os Jogos às suas possibilidades e a um gasto razoável. A modificação acontece num momento em que os altos custos para sediar as Olimpíadas vêm diminuindo a quantidade de candidatas a sede. Para os Jogos de Inverno de 2022, só Pequim e Almaty, no Cazaquistão, estão concorrendo.

Alguns membros do COI se mostraram preocupados com a mudança, destacando que acabaria com a proposta de Jogos compactos e exigiria viagens e desgaste a mais para os atletas.

– O caráter único dos Jogos poderia diminuir, com a possibilidade de permitir a dispersão de algumas provas por vários lugares de um mesmo país, ou até um país vizinho – destacou o delegado suíço Denis Oswald.

O vice-presidente do COI, John Coates, que liderou os debates sobre a questão das candidaturas, disse que as provas em outro país só se realizariam em “circunstâncias excepcionais” e que a proposta deverá ser apresentada na fase inicial da candidatura e aprovada pelo comitê.

– O custo e o tempo que os atletas levarão para ir da vila olímpica para suas sedes sempre será relevante, mas o compacto dos jogos deve se balancear com o benefício e o custo de se poder utilizar sedes existentes, ao invés de construir novas – disse Coates.

JOGOS TERÃO MAIS ESPORTES POR EDIÇÃO

O COI ainda deve votar, até esta terça-feira, um programa olímpico mais flexível, com a possibilidade de mais esportes por edição, além da criação de um canal de televisão olímpico. Uma das propostas em pauta nos dois dias indica que o COI deverá abolir o limite de 28 esportes para os Jogos de verão e passar para um sistema que permitirá incluir novas modalidades. Isso abriria a possibilidade da entrada do beisebol e do softbol nos Jogos de Tóquio-2020. Segundo o membro do grupo de trabalho da composição do programa olímpico, Franco Carraro, o número de modalidades por edição poderia aumentar para 29 ou 30, com uma modalidade ou prova nova convidada para participar de uma única edição.

– Isso é um grande passo para a organização dos Jogos Olímpicos – comemorou o presidente do COI, Thomas Bach.

O COI também sinalizou que deve reformular a cláusula sobre discriminação de seu estatuto, para incluir a orientação sexual, depois das polêmicas dos jogos de Sochi. A nova cláusula diz que os jogos devem estar livres de discriminação “de qualquer classe, como por raça, cor, sexo, orientação sexual, idioma, religião, opinião política ou de outra classe, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outra condição”.

Amazonianarede – O Globo

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.