Odair pede mais tempo e leitura é adiada outra vez

Amazonianarede com Agência Senado

Brasília – A sessão em que seria realizada a leitura do relatório da CPI do Cachoeira, nesta quinta-feira, foi iniciada por volta de 10h50 já com um pedido de adiamento por parte do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). Para estender o prazo, ele alegou precisar de mais tempo para dialogar com os membros da comissão. Incluindo hoje, a leitura do trabalho já foi adiada três vezes. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), marcou a próxima sessão para quarta-feira 28, às 10h15.

Primeiro a falar, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) foi contra o adiamento e chegou a desafiar o relator: “Por que quer adiar? Está inseguro para lê-lo?”. Para o parlamentar, com o pedido de um novo prazo parece que Odair Cunha diz estar aberto a corrigir os próprios erros. “Um novo adiamento demonstra intranquilidade e insegurança”, afirmou o tucano. Ao contrário de Sampaio, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse ser de “bom tom” adiar a leitura, diante da “sessão esvaziada”.

Alvo de críticas por alguns parlamentares, a inclusão no documento do jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior, foi citada hoje pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que defendeu o pedido de investigação não apenas do que já está em curso na Polícia Federal e no Ministério Público. Segundo ele, Policarpo é um “jornalista renomado” e o nome de Patrícia Moraes (do Jornal Opção, de Goiás) “não foi sequer citado”. O deputado do PPS Rubens Bueno também voltou a criticar o prazo da entrega do relatório e, em seguida, fez ataques pontuais no texto. Segundo ele, faltam informações no depoimento de Antônio Pagot (ex-Dnit), por exemplo,

Conteúdo do relatório

No documento que deve representar a conclusão da maioria da CPI, Odair Cunha propôs o indiciamento de 34 pessoas. Entre elas, o dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, a mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, e o jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja. No texto, o relator também pede investigações sobre a atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quanto à Operação Vegas da Polícia Federal. A inclusão dos nomes de Policarpo e Gurgel foi o principal alvo de críticas da oposição e da imprensa (leia mais).

Para Odair Cunha, cinco jornalistas tiveram envolvimento com a quadrilha chefiada por Cachoeira. Quatro deles são de veículos da imprensa goiana. O quinto é Policarpo Júnior, da sucursal de Brasília da revista Veja, por formação de quadrilha. “Ele (Policarpo) extrapolou o limite da relação entre fonte e jornalista” justificou o deputado após reunião da CPI desta quarta-feira. Em relação a Gurgel, o deputado aponta que ele suspendeu “sem justificativa” as investigações da Operação Vegas, da Polícia Federal, iniciada em 2009, que apontou os primeiros indícios de ligação do contraventor com parlamentares, como Demóstenes Torres.

“Estamos analisando a conduta específica da operação Vegas. Houve omissão do procurador em relação a esta ação policial. Se ele mostrar à CPI que fez alguma coisa, podemos analisar. Estamos sugerindo que essa conduta especifica dele seja apurada pelo CNPM”, justificou o relator. Pressionado pelo próprio partido e por membros da comissão, o relator admitiu na noite desta quarta-feira que há possibilidade de ainda fazer mudanças no texto.

Segundo ele, é preciso que haja um consenso da maioria e, por isso, o documento será colocado em votação.
Na CPI, já há um pedido de vista coletiva do relatório, que contém mais de cinco mil páginas, incluindo os anexos.

Depois da leitura, abre-se prazo de cinco dias úteis para a análise e posterior votação do texto. Pedro Taques diz que defende um voto paralelo por considerar o documento “inócuo” e incompleto. Segundo ele, o resultado da CPMI no Congresso já pode ser definido como uma “balela”. O deputao Miro Teixeira (PDT-RJ) também mencionou ontem que a conclusão dos trabalhos se tornou uma “pizza maior que o forno”.

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