O que esperar da reunião de líderes dos 20 países mais ricos do mundo, que começa hoje em Buenos Aires

O que esperar da reunião de líderes dos 20 países mais ricos do mundo, que começa hoje em Buenos Aires

Encontro do G-20 em Buenos Aires gera poucas expectativas de consenso.

Buenos Aires, ARG –  – Num ano em que o multilateralismo foi jogado para escanteio, a atmosfera pessimista ronda a décima terceira reunião de líderes das 20 maiores economias do mundo, que começa nesta sexta-feira (30) em Buenos Aires.

O comunicado final está sendo redigido a duras penas, tendo em vista os pontos de fricção que pairam sobre o encontro, e deve ser pontuado com frases vagas e poucas expectativas de consenso.

“O G-20 é uma caixa de ressonância dos grandes temas da agenda global, mas poucas vezes é uma caixa que produz resultados”, afirma o editor Ricardo Roa, do jornal argentino “Clarín”.

Responsáveis por 40% da economia mundial, EUA e China travam uma guerra comercial. Os 20 países concentram 84% das emissões dos gases de efeito estufa. Mas o aquecimento global é desprezado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

E o choque naval entre Rússia e Ucrânia, no Mar de Azov, acabou minando uma das reuniões bilaterais mais aguardadas do G-20, entre os presidentes americano e o russo Vladimir Putin. Enquanto as embarcações com 24 marinheiros ucranianos não forem devolvidos, não há clima para a reunião, argumentou Trump.

O timing para não encontrar Putin pareceu adequado para Trump. Ele cancelou a reunião horas depois de enfrentar mais uma crise interna sobre um assunto recorrente em sua presidência: a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. Seu ex-advogado Michael Cohen admitiu que mentira ao Congresso sobre negócios do magnata na Rússia.

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, desembarca em Buenos Aires, na Argentina, na quarta-feira (28) — Foto: Argentine G20/Handout via Reuters

E há outros assuntos paralelos que pairam sobre o G-20. Anfitrião desta rodada, o presidente argentino, Mauricio Macri, admitiu que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi pode entrar na mesa de debates.

O príncipe Mohammed bin Salman desembarcou em Buenos Aires com uma ação judicial movida pela organização Human Rights Watch, que pede que ele seja investigado por envolvimento na morte do jornalista e em crimes de guerra cometidos no Iêmen.

Amparado pela Convenção sobre Missões Especiais de 1969, o príncipe herdeiro do reino tem imunidade diplomática. Mas terá que encarar de frente líderes que condenaram a brutal execução do jornalista no interior do consulado saudita em Istambul.

Amazoninarede-Sistema Gloo

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.