Novo salário mínimo afetará contas de municípios do AM

Tabira disse que prefeituras passam por crise financeira
Tabira disse que prefeituras passam por crise financeira
Tabira disse que prefeituras passam por crise financeira

MANAUS – O aumento do novo salário mínimo, para R$ 880, aprovado pela presidente Dilma Roussef (PT), em vigor desde 1° de janeiro deste ano, causará impacto nos orçamentos das prefeituras dos municípios do Amazonas, segundo a Associação Amazonense de Municípios (AAM) e um estudo realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O secretário-geral da AAM e prefeito de Juruá (a 674 quilômetros de Manaus), Tabira Ferreira (PSD), disse que 50% das prefeituras do interior do Estado não conseguiram quitar a folha de pagamentos do 13º do funcionalismo público em 2015 e já terão que arcar com as despesas do novo salário em janeiro deste ano. “As perspectivas para 2016 já eram as piores possíveis e com o aumento (do salário mínimo) a situação poderá agravar ainda mais as finanças municipais. Esse aumento tornará a situação mais difícil, pois estamos tendo quedas na arrecadação e nas receitas dos municípios. Estamos realizando ajustes nas contas e, a duras penas, conseguimos honrar os compromissos com os servidores municipais”, disse Tabira.

Segundo ele, a arrecadação dos municípios não tem acompanhado as despesas e as prefeituras terão que fazer ajustes nas contas municipais, além de cortar contratos que não forem prioritários. “Vamos encerrar os contratos temporários e só vamos manter os que são de necessidades especiais, como os referentes à saúde e à educação. Tivemos um fim de ano (2015) com pouco movimento no comércio e isso irá impactar na queda da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)”, disse o prefeito.

Medidas

O economista da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio), José Fernando, também alertou para a situação difícil que passa os municípios e o impacto que o aumento do salário mínimo causará aos cofres municipais. Segundo ele, os municípios estão “vivendo com o pires na mão”. “Vivemos uma situação difícil, porque ainda hoje mais de 50 dos municípios do Amazonas não pagaram suas folhas de 13º e em janeiro terão que honrar com essa nova despesa”, disse o economista.

Tabira Dias disse que para lidar com a crise financeira e manter as contas dos municípios em dia, os prefeitos terão de, entre outros, possivelmente reduzir o quadro de funcionários, demitir os servidores que ocupam cargos comissionados, além de enxugar despesas de custeio.

Aumento equivale a R$ 2,6 bilhões

De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o aumento do salário mínimo para R$ 880 causa impacto de R$ 2,6 bilhões às prefeituras do interior do país – valor calculado só para cobrir o reajuste de R$ 92,00 mensais.

De acordo com a confederação, do valor total, R$ 362,7 milhões serão gastos com encargos trabalhistas. Mas, ainda assim, o valor está subestimado uma vez que não estão incluídos no cálculo os servidores municipais aposentados e as contratações ocorridas a partir de 2013.

A atualização do mínimo é baseada na correção da inflação acrescida da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2 anos anteriores. A inflação é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos 12 meses anteriores ao mês do reajuste.

*EMTEMPO OLNINE

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