Novo chefe da Casa Civil de Iranduba é um dos empresários que pagou propina

A nomeação de Ednor Pacheco foi publicada no Diário Oficial da última terça-feira
A nomeação de Ednor Pacheco foi publicada no Diário Oficial da última terça-feira
A nomeação de Ednor Pacheco foi publicada no Diário Oficial da última terça-feira

MANAUS – O atual chefe da Casa Civil de Iranduba Ednor Pacheco afirmou em depoimento ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), em maio deste ano, que pagou propina ao prefeito Xinaik Medeiros (PROS) e ao ex-secretário de Financas de Iranduba, David Queiroz, para que a empresa dele, Empreendimentos da Amazônia Ltda., receber os devidos pagamentos pelos serviços de transporte estudantil.

No autos do processo, Pacheco afirmou, em maio deste ano, que recebia R$ 90 mil para prestar os serviços e era ‘coagido’ a repassar R$ 26 mil em forma de propina, sendo R$ 20 mil para o  ex-secretário de finanças e R$ 6 mil para Xinaik.

No depoimento do empresário ao MP-AM, disponilizado nos autos do processso, é narrado o seguinte trecho: “a entrega é feita pessoalmente ao prefeito e ao secretário, ou por pessos indicadas por eles indicados. Que no mês de abril passado repassou a quantia de R$ 20 mil para uma sobrinha do secretário de Finanças. Que, na sequencia, levou a quantia de R$ 6 mil ao prefeito, que estava na casa de sua irmã, Nádia Medeiros (presa no último dia 10 durantea operação Cauxi)”, consta depoimento na página 811 nos autos do processo de segundo grau de número  4004847-67.2015.8.04.000, que pode ser visualizado no site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

Em outro trecho do depoimento, na página 812, o chefe da Casa Civil afirmou que a empresa da qual é proprietário foi contratada para construir uma praça no bairro Altos de Nazaré, no valor de R$ 119 mil, além de  ter ganho licitação para construção de um auditório em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no valor de R$ 82 mil.

De acordo com o depoimento, as licitações foram feitas, em 2012, mas os pagamentos ocorreram em 2013, na gestão do prefeito Xinaik.

Segundo Pacheco, em todas as obras licitadas eram pagas propinas que variavam entre 30 a 50% do valor da obra ao secretário de Finanças.

“Os valores eram pagos de acordo com a medição realizada na obra, sendo tais valores
esses valores, na conta-corrente da empresa do declarante através de TED bancário, sendo que o declarante (Pacheco) saca esse valor integralmente e separa o valor já exigido e estabelecido, previamente e pessoalmente, pelo referido secretário de Finanças. que recebe tais valores também pessoalmente, ou através de terceiros”, citou o MP-AM em seu relatório.

Procurado pelo D24AM, o chefe da Casa Civil de Iranduba afirmou que não irá permanecer no cargo. “Ficarei mais algumas semanas até a prefeita (Maria Madalena ) formar todo o seu secretariado. Fui chamado apenas para colaborar neste primeiro momento, mas não ficarei muito tempo na gestão”, disse.

Ainda segundo o chefe da Casa Civil, a empresa dele não participará em licitações, no município de Coari.

A prefeita de Iranduba, afirmou saber do envolvimento de Pacheco com caso de corrupção, mas decidiu convidá-lo por ter tido a coragem de denunciar os casos às autoridades.

Câmara redefine comissão processante

A Câmara Municipal de Iranduba realizou, nesta quinta-feira (19), um novo sorteio para escolher os membros da Comissão Processante que analisará o pedido de cassação do mandato do prefeito Xinaik Medeiros (PROS).

No sorteio desta quinta, foram escolhidos o vereador Jarmison Azevedo (PTB), como presidente, Antônio Muniz, o ‘Toinho’ (PP), como relator, além do vereador  Salim da Silva Lima (PTB), como membro. Nenhum dos vereadores sorteados é de oposição ao prefeito Xinaik.

O novo sorteio foi necessário, após dúvidas sobre a lisura da primeira escolha realizada, na última terça-feira, serem levantadas por quem acompanhou a sessão. Naquele dia, foram escolhidos vereadores de oposição a Xinaik Ernandes Rocha (PSDB), como presidente, e Antônio Irapuan (PDT), como relator, além do vereador Nely Santana (PP), como membro.

A comissão terá 90 dias para finalizar os trabalhos e entregar um relatório acatando ou não o pedido de cassação do mandato de Xinaik, que está preso, desde o último dia 10, no Comando de Policiamento Especializado (CPE), no bairro Dom Pedro, zona oeste de Manaus.
O membro do Conselho de Cidadãos de Iranduba, Kennedy Maia, afirmou que acompanhará o trabalho da comissão para verificar se os vereadores irão cumprir todas as normas legais. Foi o conselho que formalizou o pedido de cassação.

O presidente da Câmara, Francisco Elaime, negou informações de depoimentos do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) de que, dos 13 vereadores da Câmara Municipal de Iranduba, 11 recebiam propina para votar de acordo com interesses do executivo municipal. “As pessoas estão falando coisas das quais não têm provas. Muitas inverdades estão sendo ditas hoje. Aqui não se recebe propina, nunca de recebeu propina nenhuma”, frisou. D24AM

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