“Nessa relação só quem ganha são os franceses”, diz empresário do Amapá

(Foto: Reprodução)

Antônio Castro, empresário dos setores de comércio e mineração nas áreas de fronteira da Guiana Francesa, Suriname e Guiana Inglesa, em tom de revolta, disse ontem, no rádio, que no Acordo França-Brasil somente o país franco vai ganhar, por possuir uma moeda forte, e continuar fazendo o que bem entende na região.

O empresário Antônio Castro hoje atua na Guiana Inglesa. Ontem, ele participou do programa jornalístico radiofônico Luiz Melo Entrevista, pelo telefone, diretamente de Georgetown, a capital da Guiana que foi possessão da Inglaterra.

Antônio revelou que dentro da legalidade já tentou atuar na Guiana Francesa, nos ramos em que trabalha, mas não foi possível porque é difícil negociar com os franceses que, segundo ele, em relação ao Brasil, usam a estratégia de só usar aquilo que é bom e barato.

O empresário pegou carpinteiros e pedreiros brasileiros como exemplos. “Quando eles precisam desses trabalhadores, porque são mão de obra barata, e boa, eles são benvindos, mas no momento em que concluem o trabalho, não é mais possível ficar”, descreveu Antônio Castro.

Antônio Castro disse que um acordo entre Brasil e França é uma ilusão, e alertou a classe empresarial e o governo amapaense para que tenham cuidado no sentido da relação binacional com a França não vir a ser um palanque eleitoral dizendo que vai desenvolver o Amapá, porque isso não é possível.

“O mercado é muito pequeno, as exigências são muito grandes, o Euro é muito forte , o Real é muito fraco em relação ao Euro”, alinhou o empresário para expor outras dificuldades: “As distâncias são grandes, sobretudo na questão rodoviária; não tem infra-estrutura; há ainda o problema de idioma”.

Antônio Castro analisou que o Brasil cedeu muito antes de negociar, e que o certo seria levar mais tempo em negociações pra depois fazer o acordo, ou seja, botar a lei da reciprocidade.

Para o empresário, o governo do Amapá e os políticos do estado não têm mais nada o quê fazer sobre o Acordo Brasil-França. Ele observou que o Amapá pouco interessa ao governo federal nas negociações com os francos, tanto que ninguém do estado foi convidado para participar anteontem do encontro entre os presidentes Dilma e Hollande, em Brasília.

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