Na prisão, Sérgio Cabral diz que “apego a poder, dinheiro é um vício’, diz  em depoimento na Justiça Federal do RJ

Na prisão, Sérgio Cabral diz que “apego a poder, dinheiro é um vício', diz  em depoimento na Justiça Federal do e mais fotos de envolvidos

Rio – O ex-governador  do Rio de Janeiro Sergio Cabral, detalha esquema de propina em sua gestão, cita ex-colaboradores e o ex-governador Luiz Fernando Pezão. Ele também disse estar arrependido por não ter falado das propinas anteriormente.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral prestou depoimento, na tarde desta terça-feira (26), na 7ª Vara Criminal Federal, no Centro. Cabral detalha esquema de corrupção na saúde em audiência

Na audiência pedida pela defesa do ex-governador, ele deu mais detalhes sobre os esquema de corrupção, voltou a admitir ter recebido propina e chegou a dizer que dinheiro e poder são um “vício”.

Cabral foi preso na Operação Lava Jato em novembro de 2016 e suas condenações somam 198 anos e 6 meses de prisão.

O que disse Cabral: admitiu que o esquema de “toma lá dá cá” era instituído no governo;que empresários dão dinheiro a campanhas em troca de vantagens;disse que recebeu mais de R$ 30 milhões de propina e caixa 2 do empresário Arthur Soares, o Rei Arthur; pediu desculpas ao juiz Marcelo Bretas por ter mentido antes: ‘Dói muito’; confirmou que US$ 100 milhões nas contas dos irmãos Chebbar no exterior eram dele; que 90% do que diz o delator Carlos Miranda é verdade; que o ex-governador Pezão recebeu propina e mesadas. que o ex-prefeito Eduardo Paes recebeu dinheiro de empresários ligados a ele para a campanha, mas que não fazia parte da organização.

Citou nomes

No início da audiência, Cabral citou os nomes de ex-colaboradores no governo como o ex-secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, e Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do RJ. O ex-secretário de saúde está presente na audiência desta terça.

Depoimento

‘Apego a poder, a dinheiro… isso é um vício’, diz Cabral ao descrever divisão de propina

“Vim aqui para falar a verdade. Conheci Sérgio Côrtes na campanha de 2006 mais proximamente. Quando acabou a eleição eu falei para o Côrtes que tinha um contrato com o Arthur Soares e combinamos uma propina de 3% para mim e 2% para você. Antes nos governos anteriores Arthur disse que a propina era de 20%. Esse foi meu erro de postura, apego a poder, dinheiro… é um vício”, disse o ex-governador.

O ex-governador Sérgio Cabral também afirmou estar arrependido por não ter falado de propinas anteriormente.

Pezão

O ex-governador contou ainda que o então vice-governador Luiz Fernando Pezão (MDB), que acumulou o cargo, inicialmente, com a secretaria de Obras também recebia propinas. Segundo ele, o valor enviado a Pezão chegava a R$ 150 mil mensais.

A prisão foi baseada em delação de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral, que disse ter feito pagamento de mesada de R$ 150 mil para Pezão, com direito a 13º de propina e bônus de R$ 1 milhão.

Ex-governador do \Rio, Pezão, também preso

Cabral explicou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, o motivo de ter decidido falar das propinas no seu governo após mais de dois anos na prisão. Cabral conta a juiz por que decidiu admitir recebimento de propina

“O que minha família tem passado. E o senhor[ juiz] colocou um ponto importante: É uma situação histórica.

Em nome da minha mulher[Adriana Ancelmo], da família e do momento histórico resolvi falar. Hoje sou um homem mais aliviado e vou ficar cada vez mais aliviado. Por isso decidi falar a verdade para ficar bem comigo mesmo”, explicou.

Secretários

No depoimento, Cabral citou secretários que sabiam dos esquemas de propina dentro do governo e outros que não sabiam da organização para recebimento do dinheiro.

Os isentos de cobrança de propina são: Renato Villela e Joaquim Levy, que ocuparam a secretaria de Fazenda e Nelson Maculan e Wilson Risolia, que foram secretários de Educação.

Os que tinham conhecimento do esquema criminoso: Régis Fichtner, Wilson Carlos, Carlos Miranda e Hudson Braga. De acordo com o ex-governador, houve esquemas em todas as áreas da saúde estadual: escadas magirus, carros de bombeiros, caminhão da ressonância, tomógrafo móvel.

“Atendemos milhões de pessoas. Poderíamos ter atendido mais”, explicou Sérgio Cabral.

Eduardo Paes

ex-prefeito do RJ, Eduardo Paes

O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também foi citado no depoimento. Segundo Cabral, Paes, que foi seu ex-secretário de Esporte e Lazer, não participava do esquema de propinas, mas disse que montou o esquema de Caixa 2 de Eduardo Paes para a prefeitura.

Em audiências anteriores, Cabral negou que o dinheiro repatriado pelos doleiros irmãos Chebar, que repatriaram em 2017 270 milhões de reais como parte de um acordo de delação premiada. Nesta terça Cabral mudou de postura e admitiu que o dinheiro era dele.

Recebimento de propina

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez, em depoimento na semana passada ao Ministério Público Federal (MPF), que recebeu propinas em obras, contratos com fornecedores e negociações envolvendo o governo do estado.

Regis Fichtner, ex-Chede Casa Civil no Governo de Cabral

Durante o depoimento, Cabral falou de valores ilícitos supostamente pagos durante a reforma do Maracanã, desapropriação do Porto do Açu, Linha 4 do Metrô, entre outros episódios.

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