Além de exposições vivas, viveiros de orquídeas e bromélias, lagos, trilhas e aquários, o museu possui uma torre aberta para visitação de 42 metros e uma incrível vista
Manaus, AM – Localizado na zona Norte de Manaus, o Museu da Amazônia (Musa) é um ponto estratégico para apreciar a natureza da Amazônia, dentro da cidade de Manaus, por isso recebe um grande numero de visitantes, entre estudantes e turistas. São 242 degraus, mas a subida é inspiradora.
Lá do alto, os vários tons de verde e os cantos dos pássaros transmitem paz aos visitantes. Frequentadores mais antigos admitem que, todos os dias, é um encantamento diferente.
A bióloga Vanessa Gama, 28, que começou a trabalhar no Jardim Botânico de Manaus aos 14 anos como guia mirim, define o lugar com uma só palavra: especial.
Estamos falando do Museu da Amazônia (Musa), que além de exposições vivas, possui uma torre aberta para visitação de 42 metros – que equivale a um prédio de 14 andares – e uma incrível vista. De um lado, a imensidão verde da floresta amazônica. Do outro, o reflexo do desenvolvimento ilustrado por prédios e casas.
“Estamos acostumados a ver a floresta de baixo para cima. Mas daqui a gente pode ver de outro ângulo. Podemos observar os vários tons de verde, árvores com flores, umas amarelas, outras avermelhadas, é muita biodiversidade”.
Documentar a natureza
A facilidade para observar e fotografar os animais fez com que o espaço se tornasse o lugar preferido dela na cidade. Não era para menos. Aos 14 anos, Vanessa começou a trabalhar como guia-mirim no Jardim Botânico, que fica dentro da Reserva Adolpho Ducke, no bairro Cidade de Deus, Zona Norte da capital.
“Quando eles criaram o Jardim Botânico, na época, fizeram uma seleção para guias mirins. Escolheram jovens que viviam em situação de risco e outros que moravam aqui no bairro. Eu fui selecionada e foi a partir dessa oportunidade que decidi fazer o curso de biologia quando terminei o ensino médio”, relembra.
Depois da experiência como guia-mirim, ela continuou fazendo parte do quadro de estagiários do local. Quando o museu foi criado, em 2009, foi contratada e hoje é é assistente técnica de audiovisual, responsável por boa parte da divulgação na internet e autora de lindas imagens. “Gosto de macrofotografia. Acho incrível poder fotografar insetos, fungos e transformá-los em algo grandioso com as minhas lentes”.
Entre as experiências proporcionadas pelo trabalho, ela destaca a vivência com índios do Médio Rio Negro, onde ajudou a gravar um documentário para a próxima exposição do museu, chamada ‘Mandioca’, que aborda a forma tradicional de agricultura da raiz entre os povos tradicionais. “Foi uma experiência muito enriquecedora”, finaliza.
Visitantes deslumbrados
O Musa ocupa apenas 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, uma área de floresta nativa, com 10 mil hectares, que vem sendo estudada há 50 anos por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Todos os resultados, reunidos em catálogos, podem ser desvendados pelos visitantes.
João Paulo Fonseca, 29, veio do município de Nhamundá, distante 383 quilômetros de Manaus, e trouxe a filha Ana Clara, de 9 anos, para conhecer o espaço. “Era uma vontade que a gente tinha. Como sou muito ligado ao tema de meio ambiente , fiquei encantado com o que encontrei aqui”.
Já o líder operacional João Batista, 33, ficou impressionado com os áquarios de peixes. “A subida na torre foi inspiradora, mas como eu nunca tinha visto um poraquê antes, fiquei deslumbrado com o tamanho dele. Aqui é um lugar onde todos deveriam conhecer”, ressalta.
Muitos atrativos
Atualmente, duas exposições estão em cartaz no Musa do Jardim Botânico: ‘Peixe e Gente’, que relata a vida e a cultura dos índios Tukano e Tuyuka que habitam o Alto Rio Tiquié, no noroeste amazônico. Baseada no livro do antropólogo Aloisio Cabalzar, a exposição aborda os conhecimentos indígenas e ictiológicos, mitos e conceitos relacionados à origem dos peixes e suas relações com a humanidade.
A outra exposição, intitulada ‘Sapos, peixes e musgos – A vida entre a terra e a água na Reserva Ducke’, aborda o universo dos animais e plantas que vivem entre os ambientes aquáticos e terrestres na Amazônia. A exposição conta com elementos apresentados ao vivo na própria floresta, como briófitas e áreas de nidificação de sapos.
Viveiro de orquídeas e bromélias, lago de vitórias amazônicas, aquários e laboratórios experimentais de serpentes, insetos e borboletas também são atrativos. Trilhas que, ao todo, medem quase três quilômetros, proporcionam aos visitantes passeios agradáveis e descobertas amazônicas.
O Musa também possui um espaço no Largo São Sebastião, no Centro. No espaço, está em cartaz uma exposição em homenagem ao índio dessana Feliciano Lana, com registro e ilustrações originais dos mitos e histórias das culturas indígenas do rio Negro.
O Musa funciona das 9h às 17h e está localizado na avenida Margarita, Cidade de Deus, Zona Norte.
Amazonianarede-Inpa/AC