Mesmo com mandato cassado, ex-prefeito de Coari recebeu salário de R$ 26mil como prefeito de Coari

Mesmo cassado, Adail Pinheiro (foto), recebeu como prefeito de Coari, até fevereir0

 

Mesmo cassado, Adail Pinheiro (foto), recebeu como prefeito de Coari, até fevereir0
Mesmo cassado, Adail Pinheiro (foto), recebeu como prefeito de Coari, até fevereir0

Coari – O ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP) continuava recebendo o salário de prefeito do município, no valor de R$ 26 mil, até fevereiro desde ano.

O relatório com as denúncias colhidas na Secretaria de Administração de Coari foi repassado pelo atual prefeito, Raimundo Magalhães (PRB), ao procurador-geral do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM), Fábio Monteiro, na noite desta segunda (27), na sede do MP.

Magalhães, que completa, nesta terça (28), 13 dias à frente da administração da cidade de Coari, informou que já havia na programação de pagamentos da prefeitura, salários a serem pagos a Adail Pinheiro nos meses de março e abril.

Dessa forma, na folha de pagamentodo município haviam duas faturas de quitação: a do prefeito cassado e do prefeito em exercício, sendo este até a posse de Magalhães, o presidente da Câmara Municipal de Coari, vereador Iranilson Medeiros (DEM). “Entregamos o documento ao MPE para investigar essa questão”, ressaltou o novo gestor.

Durante a reunião, o prefeito acompanhado da secretária executiva da Casa Civil de Coari, Monalisa Gadelha, e dos deputados Abdala Fraxe (PTN) e Luiz Castro (PPS), entregou ainda um relatório e extratos da folha de pagamento de funcionários com salários exorbitantes.

Entre eles, o de um vigilante, com salário de R$ 7 mil – sendo R$ 6 mil de gratificações –, além de uma assistente administrativa lotada com um salário mínimo – mas recebendo R$ 6 mil de gratificações.

“Registramos que. além do prefeito cassado estar recebendo salário até fevereiro, existem outras irregularidades, como funcionários com salários exorbitantes. Tudo está sendo analisado e nós trouxemos para o Ministério Público, para que ele possa investigar essas irregularidades”, informou o prefeito.

Contas suspeitas

Entre as demandas apresentadas pelo prefeito, estavam também algumas informações sobre as contas bancárias da prefeitura, onde foram descobertos mais de 124 contratos.

Magalhães conta que não teve acesso às senhas, pois os bancos se recusaram a passar, alegando que precisavam da publicação da Lei Orgânica do Município para liberarem.

“Dessas 124 contas bancárias, conseguimos apenas saber os saldos. Só encontramos em caixa pouco mais de R$ 644 mil”, explicou Magalhães.

Para o procurador-geral, do Ministério Público, Fábio Monteiro algumas informações apresentadas pelo prefeito são extremamente preocupantes, principalmente a que diz respeito a Adail estar recebendo salário de prefeito.

“Nós vamos, evidentemente, checar todas as informações oriundas da Secretaria de Administração. Vamos fazer o cruzamento desses dados e apurar tudo aquilo que nos chegue e responsabilizar quem tem que ser responsabilizado”, ressaltou Monteiro.

O procurador lembrou que, com a decisão pelo afastamento do prefeito, não teria como continuar o pagamento de salários a Adail.

De acordo com a secretária executiva da Casa Civil de Coari, Monalisa Gadelha, a dívida da prefeitura na Justiça trabalhista está em torno de R$ 15 milhões, no entanto, outra preocupação da atual administração é a dívida com a Previdência Social, que está chegando aos R$ 100 milhões.

“Os descontos eram feitos na folha de pagamento do funcionário, mas não eram repassados aos INSS”, pontuou Monalisa, acrescentando que a folha de fevereiro, segundo as informações que conseguiu colher, foi de R$ 8 milhões.

Fábio Monteiro acredita que as dívidas possam ser bem maiores do que as informadas ao prefeito Magalhães. “Acredito que esse volume seja bem maior.”, ponderou Monteiro.

‘Troca de favores’

O prefeito Raimundo Magalhães também esteve na Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), com o secretario Sergio Fontes para entregar o celular que supostamente havia enviado mensagens no whatsApp prometendo trocar secretarias por favores, na tentativa de subornar juízes.

“Entreguei meu celular para perícia, com quebra de sigilo telefônico, pois estão tentando sujar minha imagem com atitudes que não são minhas, e quero que os culpados sejam punidos”, destacou o prefeito.

Além do celular foram entregues também dados de algumas pessoas que poderiam estar por traz da ‘armação’. Os mesmo documentos foram entregues no Ministério Público do Amazonas.

“O prefeito nos trouxe uma representação com dados que, segundo ele, demonstrariam a falsidade daquele conteúdo. Nós vamos juntar todo o material, que se trata do mesmo objeto, e dentro de um grupo do MPE de assessoria, será também periciado. Em poucos dias, teremos a conclusão para responsabilizar quem terá que ser responsabilizado”, concluiu o procurador Fábio Monteiro.

Amazonianarede-Moara Cabral (EmTempo)

 

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