Mensalão tucano: tesoureiro de Azeredo vai pedir prescrição da pena

O mensalão tucano, que aconteceu em 1998 e ainda não foi julgado, beira a margem da impunidade.

Depois de um dos principais pivôs do caso, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, se livrar do processo, chegou a vez de Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha à reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, pedir a prescrição do caso em abril, quando completa 70 anos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, trata-se de um dos principais integrantes do núcleo central do mensalão tucano. Mourão é acusado pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro, segundo denúncia do Ministério Público Federal. “O Código Penal é para todo mundo, né? Se eu completar 70 anos e não tiver sido julgado, vou usar esse direito”, disse.

Há duas semanas, o advogado de Eduardo Azeredo (PSDB), Jose Gerardo Grossi, comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a renúncia do ex-parlamentar ao cargo de deputado na Câmara. Com a comunicação oficial, caberá ao ministro Luís Roberto Barroso decidir se a Ação Penal 536, o processo do mensalão mineiro, continuará em tramitação na Corte. No processo, Azeredo é acusado de desvio de dinheiro público durante sua campanha.

Com a manobra, o ex-governador tenta fazer com que o caso volte para a primeira instância, o que retardaria ainda mais o julgamento do caso.

Nas alegações finais do Ministério Público, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que Azeredo atuou como “um maestro” no suposto esquema e que ele desviava recursos públicos em benefício próprio para financiar sua campanha política. O procurador também diz que a prática dos crimes só foi possível por meio do “esquema criminoso” montado pelo publicitário Marcos Valério, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.

Já a defesa de Azeredo tenta jogar para Mourão a responsabilidade pela administração das finanças. “Eu respeito a defesa de Azeredo, mas ela trilhou o caminho de encontrar um bode expiatório. O Cláudio não estava sozinho no mundo. Ele não poderia ter feito aquilo tudo sozinho”, rebate o advogado Antonio Veloso Neto, responsável pela defesa do ex-tesoureiro.

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