Manaus – A criação de alternativas para acabar com a desnutrição das crianças amazonenses, foi o assunto abordado pelo deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), no pequeno expediente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), quando defendeu que o Estado faça parcerias, principalmente com a pastoral da juventude (entidade da igreja católica), para erradicar a desnutrição infantil.
Ramos recordou que o Brasil, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), praticamente erradicou a desnutrição e citou os números, porém no Amazonas a situação não é das melhores. “Nosso país tem uma média de 2,9% de crianças desnutrida até dois anos de idade, o Amazonas tem uma média de 8,5%, em Manaus, e 11,5% no interior do Estado”, apontou.
Segundo ele, uma das coisas que faltam às crianças desnutridas do Amazonas é ferro. “Como é que num estado com tanto açaí deixa faltar ferro na alimentação das crianças?”, questionou, citando o caso do município de Tapauá, que apesar de ter inúmeras reservas de açaí (fonte rica em ferro), nas escolas o que existe para o lanche é biscoito recheado e achocolatado.
“É necessário que esse problema seja enfrentado com o auxílio das igrejas, católicas e evangélicas, que tem programas específicos para essa questão. O Estado precisa ser parceiro com quem já realiza esse trabalho, e temos que reconhecer que os muitos trabalhos sociais desenvolvidos por igrejas são os caminhos mais ágeis para alongar os braços do Estado”, concluiu.
O parlamentar também ressaltou que ao criar soluções para resolver a desnutrição infantil, oferecendo produtos que a natureza proporciona os nutrientes para combater o problema, o Estado também criaria vetores de desenvolvimento das economias regionais. “Se dermos condições do agricultor desenvolver suas plantações, com certeza, ele se tornará o fornecedor de alimentos às escolas e, com isso, a economia do município vai girar”, acentuou.
Ainda de acordo com o parlamentar, o Estado é muito rico, mas tem um povo pobre, pois os últimos governos concentram essas riquezas nas mãos de poucos.
Fonte: Ascom