Manaus tem dois casos suspeitos de febre chikungunya

30-10mosquioManaus – A suspeita da incidência de dois casos de febre chikungunya em Manaus colocou em alerta as autoridades sanitárias do Amazonas.

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM) divulgou que até o fim desta semana os resultados dos exames confirmarão ou descartarão se dois turistas estrangeiros estão infectados pelo vírus.

No Amazonas, os dois casos suspeitos foram identificados na semana passada, em Manaus. O caso que mais preocupa é de uma venezuelana de 26 anos, que veio passar férias com familiares na capital amazonense.

“A moça tinha chegado a Manaus há quatro dias e iniciou um quadro de febre, dores articulares e apresentava manchas avermelhadas na pele. A dor articular era intensa. Inicialmente é um caso suspeito e que tinha compatibilidade com o quadro clínico da epidemiologia, pois ela relatou que na cidade dela já havia casos de transmissão de chikungunya”, revelou o diretor-presidente da FVS/AM, Bernardino Albuquerque.

O segundo caso suspeito de febre chikungunya envolve um colombiano, que é oriundo de área da Colômbia onde ainda não há registro da doença. Apesar de apresentar estado febril, o turista não tinha outros sintomas característicos da doença.

Bloqueios iniciado

Para o diretor-presidente da FVS/AM, nos dois casos existe a suspeita de que a infecção tenha ocorrido nos países de origem ou durante deslocamento. “Coletamos material e enviamos para análise no Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, que é referência nacional. Até o final da semana esperamos receber os resultados”, informou Albuquerque.

Embora ainda não haja a confirmação da doença, as autoridades de saúde iniciaram bloqueio sanitário para combater o vetor da febre chikungunya, que é o mesmo mosquito transmissor da dengue. O vírus não é transmitido entre seres humanos. Os dois turistas estão recebendo tratamento ambulatorial.

“Fizemos o bloqueio no raio de 300 metros para o controle vetorial dessas áreas onde essas duas pessoas estão, ou seja, as equipes atuam na verificação de possíveis criadouros do mosquito. Se realiza um trabalho com fumacê no sentido evitar a população do mosquito em áreas mais próximas, como também se faz a busca de febris, isto é, pessoas com febre na área”, explicou Bernardino Albuquerque.

Durante a Copa do Mundo, um caso suspeito de febre chikungunya foi registrado em Manaus. Entretanto, exames realizados com material biológico de uma turista da Guiana teve resultado negativo.

A FVS/AM diz que é preciso atuar em todos os municípios amazonenses, não apenas com as cidades da faixa de fronteira com países vizinhos. “O risco é alto de introdução do vírus. Possivelmente com medidas disponíveis não temos como evitar a introdução e reprodução porque praticamente em todas as cidades brasileiras existe a presença do vetor. Consequentemente, se chegar uma pessoa doente há possibilidade do mosquito picar, se infectar e infectar outras pessoas. Não temos imunidade contra o vírus ainda no país”, enfatizou o representante da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.

Febre chikungunya

O vírus é transmitido pela picada de mosquistos fêmea infectados. São eles o Aedes aegypti, de presença essencialmente urbana, em áreas tropicais e, no Brasil, associado à transmissão da dengue; e o Aedes albopictus, presente majoritariamente em áreas rurais, também existente no Brasil e que pode ser encontrado em áreas urbanas em menor densidade.

O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa infectada, durante o período de viremia, ou seja, um dia antes do aparecimento da febre até o quinto dia de doença, quando a pessoa ainda tem o vírus na corrente sanguínea.

Após um período de incubação médio de dez dias, o mosquito torna-se capaz de transmitir o vírus a um humano. Após a picada de um mosquito infectado, os sintomas da doença tipicamente aparecem após um período de incubação intrínseco médio de 3 a 7 dias.

A maioria dos indivíduos apresenta doença sintomática após um período de incubação de dez dias. Porém, nem todos os indivíduos infectados com o vírus desenvolvem sintomas.

“Os sintomas são muito parecidos com os da dengue – febre e dor muscular, mas o que diferencia é o comprometimento das grandes e pequenas articulações. A dor articular geralmente é intensa e que incomoda o paciente”, esclareceu Bernardino Albuquerque.

Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.

Amazonianarede – JAM

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