Manaus – O Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus divulgaram na manhã desta terça-feira (15/7) o balanço da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 em Manaus. Até o final dos jogos, 119.925 turistas vieram a Manaus e deixaram R$ 325,8 milhões na economia local, de acordo com dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonatur). Pela televisão, 240 milhões de pessoas em todo o mundo assistiram aos quatro jogos na Arena da Amazônia, segundo a FIFA.
Presentes na entrevista coletiva para divulgação do balanço, o governador José Melo e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, destacaram que o número de turistas que a capital recebeu e a movimentação econômica gerada demonstram que a cidade comprovou o potencial para receber eventos de grande porte.
“O que nós temos hoje aqui, de forma muito orgulhosa, passando para todos vocês esses números, é a alegria e o orgulho de termos feitos tudo isso. Isso foi fruto de providências que foram tomadas lá atrás e planejamento pelo Governo e Prefeitura. Ganhamos em muitos aspectos, na tecnologia e capacitação, em trazer milhares de pessoas para cá e mostrarmos algo que nós conhecíamos muito bem”, disse José Melo.
O balanço foi apresentado pelo coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP-Copa), Evandro Melo, e pelo diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos(Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula. Segundo dados da Amazonastur, a permanência dos turistas na capital durante a Copa superou as expectativas, sendo registrada média de 6,5 dias para visitantes brasileiros e 5,4 dias para estrangeiros.
O índice de satisfação dos visitantes também foi bastante positivo, aponta pesquisa da Amazonastur. A Arena da Amazônia, Hospitalidade, Segurança Pública, Porto, Opções de Lazer, Meios de Hospedagem, Táxi, Aeroporto e Água foram os itens que apresentaram índices de satisfação acima de 90% entre os entrevistados. A intenção de retornar à Manaus é maior entre os nacionais (89%) que os estrangeiros (79%).
São Paulo e Pará foram os Estados que mais enviaram turistas para Manaus, enquanto os Estados Unidos e Inglaterra foram os principais países emissores de viajantes. A promoção turística realizada nos quatro anos que antecederam a Copa no Brasil e a captação do voo direto entre Lisboa e Manaus foram decisivos para a opção dos estrangeiros em visitar o Amazonas. O atendimento aos visitantes por meio dos Centros de Atendimento aos Turistas (CATs), sinalização turística da cidade e principalmente a hospitalidade do amazonense contribuíram para os altos índices de satisfação dos visitantes.
Para manter o fluxo de turistas na capital, a Amazonastur vai intensificar o trabalho de divulgação turística que já é realizado em todo o mundo, como explicou a presidente do órgão, Oreni Braga. “Vamos intensificar o que já vínhamos fazendo. Vamos participar das maiores feiras de turismo, mas vamos focar agora em feiras de turismo esportivo e grandes eventos”, disse, informando que a próxima ação já deve ocorrer no mês de agosto, em uma feira de turismo em Londres, na Inglaterra.
Audiência evidenciou Manaus no mundo
O trabalho de divulgação do Amazonas também ganhou impulso com a audiência televisiva dos jogos realizados em Manaus. Assim como em todo o país, os jogos da Copa do Mundo no Brasil bateram sucessivos recordes de audiência. As partidas na Arena da Amazônia alcançaram 240 milhões de pessoas em todo o mundo, colocando Manaus em evidência e repercutindo positivamente na imprensa internacional. A realização da Copa do Mundo foi a maior ação de promoção já registrada da capital e do Estado em escala mundial. Importante ressaltar que as exibições públicas, como nas Fan Fests, não entram nesta contabilidade, que ainda é preliminar.
A popularização do futebol em mercados importantes para o turismo amazonense, como os Estados Unidos, foi um ganho a mais para o Amazonas. A partida entre EUA e Portugal foi mais vista pelos norte-americanos do que a final da NBA (a liga de basquete daquele país). Ao todo, 18,2 milhões de telespectadores torceram na partida de futebol contra o time de Cristiano Ronaldo, enquanto apenas 15,5 milhões prestigiaram os astros do basquete na final. Na Inglaterra e Itália, o jogo em Manaus superou a audiência de qualquer programa televisivo no ano até então. O mesmo aconteceu na Suíça e em Portugal, onde o recorde superou os programas dos últimos três anos.
Potencializando a divulgação de Manaus nas redes sociais, os torcedores na Arena da Amazônia transferiram 260 gigabytes de dados somente no primeiro jogo entre a Inglaterra e Itália. As conexões de internet foram facilitadas pela instalação de 141 antenas para distribuição de sinal por wi-fi, que ficarão de legado na Arena.
Arrecadação recorde no 1º semestre
Outro efeito positivo para a economia do Amazonas foi o resultado da arrecadação de tributos. Balanço da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz-AM) aponta resultado recorde no primeiro semestre deste ano, de R$ 4,37 bilhões. O valor é 19,52% maior em termos nominais e 12,72% superior em números reais (descontada a inflação do período) em relação aos R$ 3,66 bilhões apurados de janeiro a junho de 2013. No mês de junho, a arrecadação foi de R$ 689,15 milhões, resultado 6,19% superior que os R$ 648,99 milhões de junho de 2013.
O resultado da receita oriunda de impostos e taxas no Amazonas foi influenciado sobretudo pelo desempenho da indústria de eletroeletrônicos instalada no Polo Industrial de Manaus, que registrou aumento da produção e venda de televisores por conta da Copa do Mundo de Futebol.
160 mil espectadores foram à Arena da Amazônia
Os quatro jogos na Arena da Amazônia tiveram casa lotada, com índices de ocupação de 99%, em média, em todos as partidas. Antes dos jogos, a corrida por ingressos no Ticketing Center da FIFA, que funcionou no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, indicava a alta demanda por assistir as partidas dentro do estádio. O duelo de Suíça e Honduras foi a que mais lotou a Arena, com 40.322 pessoas. Nos quatro jogos, 160.227 espectadores prestigiaram ao vivo as seleções da Inglaterra, Itália, Croácia, Camarões, Honduras e Suíça. A lotação da Arena da Amazônia durante a Copa foi de 40.549 torcedores.
A satisfação dos visitantes na Arena da Amazônia alcançou índices elevados. Entre os estrangeiros, a experiência na Arena foi quase uma unanimidade, com 99,6% de aprovação. Entre os nacionais, 97,9% declararam-se satisfeitos.
Arena da Amazônia no pós-Copa
De acordo com o governador José Melo, passada a Copa do Mundo, o trabalho agora volta-se para conclusão do estudo que vai apontar o formato da administração da Arena da Amazônia.
“Desde antes de a Arena ficar pronta nós contratamos uma empresa de consultoria que está elaborando um estudo, que vai ficar pronto até o final do próximo mês de agosto, sobre como a arena e todo esse complexo construído, pode ser utilizado”, disse o governador, informando que, após o estudo pronto, será iniciado o processo licitatório para a administração do estádio, quando serão realizadas audiências públicas para discutir o assunto com a população e todos os setores interessados. Enquanto isso, a Arena será administrada pela Fundação Vila Olímpica (FVO).
José Melo também afirmou que já existem 11 pedidos de utilização da arena para a realização de eventos não esportivos, como shows de artistas nacionais e internacionais. Ele também informou que Manaus poderá receber alguns jogos de times internacionais. “Quando estava vindo para cá recebi uma ligação de membros da FIFA informando que a Arena da Amazônia e a Arena de Cuiabá, foram escolhidas para receber alguns jogos pós Copa”, adiantou.
Redução de ocorrências criminais
De acordo com o coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP-Copa), Evandro Melo, como resultado do planejamento do Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus destacam-se os baixos índices de ocorrências registrados nos dias de jogos, no perímetro da Arena da Amazônia e em outros pontos da cidade, quanto nos eventos paralelos realizados em várias zonas de Manaus. De acordo com ele, não houve registro de incidentes nas dependências do estádio durante as partidas e o índice de homicídios reduziu em 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foto: Michael Dantas/Agecom
