Manaus conhece neste domingo seu (novo) prefeito

O eleitor manauense conhece no início da noite deste domingo qual dos dois candidatos vai administrar Manaus nos próximos 4 anos
O eleitor manauense conhece no início da noite deste domingo qual dos dois candidatos vai administrar Manaus nos próximos 4 anos
O eleitor manauense conhece no início da noite deste domingo qual dos dois candidatos vai administrar Manaus nos próximos 4 anos

MANAUS – Por volta das 19h deste domingo, a população manauense conhecerá o (novo) prefeito eleito de Manaus. A previsão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é que o resultado final das urnas saia, no máximo, duas horas depois de encerrada a votação. Neste segundo turno, a expectativa é que os 1,2 milhão de eleitores votem, mas o risco de abstenção ameaça. No primeiro turno, foram 108 mil pessoas que deixaram de votar, além de outros mais de 100 mil indecisos, que votaram nulo ou branco.

Neste segundo turno, o eleitor tem duas opções de escolha de quem vai dirigir Manaus nos próximos 4 anos: o atual prefeito Arthur Neto (PSDB) e o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR). Quem se eleger nesta noite, vai administrar uma cidade em expansão, com um orçamento estimado para 2017 em R$ 4,6 bilhões e uma crise econômica que ainda assombra o país.

Candidato à reeleição, Arthur Neto apresenta vantagem desde o primeiro turno, quando recebeu 364.487 votos e seu adversário, Marcelo Ramos, alcançou 254.698 votos. Além disso, durante os dois turnos, o tucano liderou quase todas as pesquisas de intenção de votos e, as últimas, divulgadas na sexta-feira (28), lhe davam vitória nas urnas. Entretanto, somente o resultado final do segundo turno das eleições municipais de 2016, que será proclamado pelo TRE nesta noite, é quem vai dizer qual dos dois será o eleito. Os novos gestores, prefeito e vice-prefeito, serão diplomados pela Justiça Eleitoral no dia 19 de dezembro, e a cerimônia de posse acontece no dia 1º de janeiro de 2017.

Para ajudar o eleitor que está indeciso, o EM TEMPO preparou um perfil dos candidatos que almejam administrar Manaus por um período de 4 anos.

Arthur Neto, 70 anos – PSDB

Aos 70 anos e com uma vasta trajetória na política brasileira, o prefeito Arthur Neto tenta seu terceiro mandato à frente da Prefeitura de Manaus – ele administrou a capital amazonense pela primeira vez entre os anos de 1988 a 1992.

Diplomata de profissão, foi na política partidária que o tucano se encontrou. Ainda na juventude, militou no PCB, mais conhecido como “partidão”. Posteriormente, foi filiado ao PMDB, PSB e ao PSDB, do qual foi um dos fundadores. Candidatou-se a deputado federal em 1978 pelo MDB, obtendo a 1ª suplência. Conseguiu ser eleito a esse cargo na eleição seguinte, em 1982.

Foi candidato a governador do Estado do Amazonas em 1986 pelo PSB, sendo derrotado por Amazonino Mendes (PDT). Pelo mesmo partido, foi eleito pela primeira vez prefeito de Manaus, derrotando o ex-governador Gilberto Mestrinho. Ainda no início do mandato, em 1989, migrou para o PSDB.
Saindo da prefeitura, em 1994, foi eleito deputado federal. Foi um dos líderes do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Câmara dos Deputados, além de ter ocupado o cargo de ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. Elegeu-se senador em 2002 e, em 2012, retornou à Prefeitura de Manaus, derrotando no segundo turno a adversária no pleito, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).

Planos

Se reeleito, o prefeito disse à reportagem que vai trabalhar o “tempo”, que, segundo ele, há um plano móvel que a sua gestão segue. Além disso, ele irá pedir intensificação de serviço daqueles que estão com ele. “A minha Manaus cabe no meu orçamento, eu não quero iludir ninguém, inventar moda. Meu primeiro ato vai ser mergulhar em mim, sempre meditando com Deus a me orientar e estabelecer uma bandeira muito clara de mais exigência de todos aqueles que trabalham comigo. Vamos nos reinventar para que a gente possa, nesses próximos 4 anos, ter uma abundante colheita”.

Perguntado sobre a PEC 241 – aprovada na Câmara dos Deputados, que tramita no Senado e que limita os gastos públicos em 20 anos –, o tucano disse vai se adaptar a ela se for necessário. “Quem desperdiça no custeio não é um bom gestor. O bom gestor é o que poupa para sobrar dinheiro e fazer os investimentos. Eu já estou com essa cabeça desde que eu cheguei e as nossas contas estão todas aí, controladas, fazendo a prova”, reforçou.

Em avaliação sobre a sua campanha eleitoral deste ano, Arthur afirma que fez o possível com muita limpeza, sem obter qualquer tipo de direito de resposta entrando nos seus programas eleitorais que pudesse beneficiar seu adversário. “Pelo contrário, ele me cedeu espaço em mais de 200 respostas. Isso é tão feio. A minha campanha tinha que ser propositiva de paz e sem essa baderna”, disse.

Questionado sobre a sua futura relação com Marcelo depois das eleições, Arthur diz que não tem raiva e não tem nada contra o candidato e até afirmou que vai chamá–lo para conversar e debater sobre as suas propostas feitas durante a sua campanha.

Marcelo Ramos, 43 anos – PR

Advogado e ex-militante estudantil, Marcelo Ramos parece ter um foco na vida: se firmar na política partidária local. Mais jovem, militou no PCdoB, seu primeiro partido político, atuando como líder estudantil e presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde se formou em direito.

Em 2004, se elegeu pela primeira vez vereador de Manaus, sendo reeleito em 2008. Já filiado no PSB, foi líder do então prefeito da cidade, Serafim Corrêa, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), e chegou a atuar como diretor-presidente do extinto Instituto Municipal de Transporte Urbano, que hoje é a atual Superintendência Municipal de Transporte Urbano (SMTU).

Nas eleições de 2010, foi eleito com 19 mil votos para o cargo de deputado estadual.  No pleito de 2012, disputou como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Serafim Corrêa. Já no pleito de 2014, ele concorreu ao cargo de governador, ficando em terceiro lugar na eleição, com 179,7 mil votos e sendo responsável por levar a disputa a um histórico segundo turno.
Ao EM TEMPO, o candidato afirmou que seu primeiro ato como prefeito, caso seja eleito, vai ser o diálogo e planejamento, que segundo ele será o ponto principal da mudança. “A primeira coisa que vou fazer será dialogar com conjuntos da sociedade e começar a tomar medidas para sanear as contas da prefeitura, para auditar os contratos que estão sendo pagos nos últimos dias. Vamos fazer um grande pacto com o povo para dar andamento em Manaus”.

Críticas

Em relação aos dois meses de campanha eleitoral, ele revela algumas dificuldades em relação às irregularidades da campanha de seu adversário. “Foi muito difícil, porque estamos falando de uma campanha que age dentro da lei, contra uma outra que age fora. De uma que é feita de doações partidárias, contra uma que faz uso da máquina da pública. A gente panfleta panfletos, o prefeito panfleta lâmpada LED e asfalto”, criticou.

Perguntado sobre como vai administrar a cidade, caso eleito, se a PEC 241 realmente passe a vigorar, Marcelo disse que o Brasil vive um momento difícil e que precisa de responsabilidade fiscal. “Na nossa casa, às vezes gastamos mais do que arrecadamos. O motivo pode ser mais nobre, mas uma hora isso terá que ser pago. Portanto, precisamos de equilíbrio fiscal e vamos gastar dentro do que a prefeitura arrecadar, sendo muito criativos, captando recursos de órgãos internacionais e federais”, respondeu.

Sobre a sua relação com o prefeito Arthur Neto, depois das eleições, Marcelo, confiante na vitória, diz que vai construir a transição exigindo que o tucano seja transparente com os gastos e atos de sua administração pública. “Eu espero que ele tenha condições de entregar uma cidade saneada, para que a gente possa iniciar a transformação em janeiro. Eu entendo que as relações devem ser republicanas e um prefeito eleito tem o dever republicano de dialogar com o prefeito que está arrumando as malas para sair”, disse Marcelo Ramos.

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